22 corretoras indicam as melhores ações para fevereiro

São Paulo - Diante do aumento da inflação, o mercado espera que o aperto monetário conduzido pelo governo seja mais severo daqui pra frente. Em janeiro a Bolsa sentiu o reflexo prático deste cenário, incorporando o pessimismo com a economia e amargando um tombo de 3,9%. Para fevereiro, grande parte das carteiras elaboradas pelas corretoras deu ênfase às commodities e às ações que devem se beneficiar com o aumento dos juros. Entre os papéis mais sugeridos, estão as tradicionais blue chips da Vale e da Petrobras, com 20 e 17 indicações respectivamente. O terceiro lugar ficou com a Cosan, com nove recomendações. Cemig, Itaú Unibanco, Gerdau, OGX e Vivo aparecem em seguida, presentes em oito carteiras. Confira a seguir o portfólio de 22 corretoras para o mês.

Segundo a equipe da Ativa, a aversão ao risco voltou à cena. Para a corretora, o mau resultado do Ibovespa pode ser atribuído à realização dos lucros colhidos em 2010 com as ações ligadas a setores sensíveis ao crédito. Ainda assim, a corretora mantém a aposta no setor de construção civil, baseada na expectativa do aumento do teto para o preço de imóveis do programa federal "Minha Casa, Minha Vida".

No portfólio da Banif, a única alteração em relação à janeiro é a entrada da Eletropaulo, acentuando o caráter mais defensivo das ações sugeridas. Os analistas  lembram que mesmo diante de notícias relativamente neutras no front internacional, o mercado performou negativamente no primeiro mês do ano. Para fevereiro, a previsão é que a volatilidade continue.

Na avaliação do BB Investimentos, as perspectivas de curto prazo não são as mais otimistas: preocupações com juros, inflação e real corte de gastos juntam-se à percepção de que a Vale não deve mais se beneficiar com as chuvas que castigaram a atuação das suas concorrentes na Austrália. Ainda assim, a corretora do banco adiciona o papel à carteira. As outras novidades para fevereiro são a entrada das ações da CCR Rodovias, Lojas Renner e Usiminas.

De janeiro para fevereiro, o time do Bradesco BBI decidiu mudar metade das 10 ações que compõem o portfólio sugerido mensalmente. Saem BR Properties, Fleury, Hypermarcas, Itaú Unibanco e Vale, e entram os papéis do Banco do Brasil, Dasa, Light, Localiza e Vivo. O maior foco da carteira continua sendo o consumo doméstico, mas desta vez com um viés mais conservador.

O BTG Pactual sustenta que as ações de varejo e imóveis puxaram o desempenho do Ibovespa para baixo em janeiro. Neste mês, o banco de investimentos optou por empresas consideradas sólidas nesses setores e menos suscetíveis à subida dos preços. Para dar espaço a esses papéis, a exposição em commodities do portfólio diminuiu de 60% para 50%. As estreantes na carteira são Gerdau, Duratex, Lojas Renner e Vivo.

Desde outubro do ano passado o Ibovespa acumula queda de 5,8%, enquanto o S&P 500, principal índice de ações do mercado norte-americano, apresenta alta de 8,7%. Segundo os analistas do Citi, diferenças tão grandes entre mercados emergentes e desenvolvidos são raras. Por isso, a crença é que o mau momento da renda variável será passageiro por aqui. Para fevereiro, o Citi inclui a ação das Lojas Renner no portfólio e retira a concessionária OHL Brasil.

A diversificada carteira sugerida pela Coinvalores para fevereiro conta com 16 ações. Embalado pelos temores com a inflação, o setor de serviços públicos - que costuma repassar o aumento de preços facilmente  - é representado pela CCR Rodovias, Cemig e Tractebel. A aposta em papéis ligados à construção e venda de imóveis também se destaca.
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O Credit Suisse mantém a representatividade do setor financeiro, mas realiza duas substituições: Itaú Unibanco por Bradesco, e BM&FBovespa por Cetip. Outros papéis que abandonam o portfólio são as ações da Cosan, Iochpe-Maxion, Klabin, CDB e AmBev. O destaque no varejo fica por conta das Lojas Renner.

A dobradinha Petrobras e Vale, presente em grande parte das carteiras, também marca presença entre as sugestões da Fator. A corretora balanceou o portfólio com muitas ações defensivas, além de papéis ligados ao setor de bens de consumo.

Assim como aconteceu em janeiro, a Geração Futuro manteve o papel da Petrobras como o mais representativo da carteira, com um peso de 15%. As ações da fabricante de armas Forjas Taurus foram excluídas da seleção, bem como os ativos da AmBev e do Pão de Açúcar. Na ponta de entrada, marcaram presença os papéis da Comgas, Copasa, Ecorodovias e Marcopolo.

O portfólio da Gradual Investimentos também aposta nas ações da Petrobras para o ano de 2011. Em fevereiro, o papel da estatal do petróleo ostenta a maior representatividade da carteira: 25%. Vale e Cemig vem logo atrás, ambas com peso de 15%.

A equipe do HSBC Global Research permanece com menor exposição ao consumo interno e maior foco nos setores ligados à infraestrutura e commodities. Em relação aos produtos básicos, o direcionamento se baseia na perspectiva de alta demanda, motivada pelo crescimento dos mercados emergentes e por uma série de interrupções da oferta mundo afora. A única mudança em relação ao mês anterior foi a entrada da SLC Agrícola.

Mesmo apresentando apenas cinco ações entre as top picks, o Itaú BBA ressalta a preferência por um portfólio diversificado. Apesar da pressão inflacionária, a ação da Hering - que já sofreu valorização expressiva no último ano - continua entre as escolhidas. Para os analistas, a deterioração do cenário macroeconômico penalizou o papel em excesso no mês passado, já que a empresa conta com um modelo de negócios bastante flexível e não atua no segmento de financiamento ao consumo.

Segundo o time da Link Investimentos, as ações do setor varejista continuarão sofrendo no curto prazo devido à continuidade do aperto monetário. Por isso, a equipe de analistas retirar o papel das Lojas Americanas da carteira. Em seu lugar, entrou a ação da AmBev, que sofreu uma queda de 11,34% no primeiro mês do ano.

Apesar da queda do Ibovespa em janeiro, o Merrill Lynch mantém a expectativa de 88.000 pontos para o índice até o fim do ano. Em relação ao porfólio sugerido, a orientação é voltar os olhos para o setor de construção civil. Segundo o banco de investimentos, o mercado superdimensionou o impacto do aumento da Selic no setor, já que o programa de financiamento para a baixa renda bancado pelo governo não deve ser afetado. Além disso, a expectativa é que as pré-vendas cresçam 20% em 2011.

A Planner chama a atenção para empresas com maior liquidez, buscando a capturar o valor de companhas que ainda guardam bons fundamentos, mas não se aproximaram dos seus preços alvos. Em fevereiro, entraram no portfólio as ações das Lojas Renner, Multiplan e Tractebel. Cesp, Confab e Pão de Açúcar deixaram a carteira recomendada.

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A carteira da Socopa sofreu apenas uma modificação: o papel da Gafisa deu lugar à Cesp. O relatório da corretora aponta que a deterioração das expectativas quanto ao Brasil aliou-se à melhora do mercado norte-americano e motivou a fuga de capital estrangeiro da Bolsa. As perspectivas para fevereiro, entretanto, são mais otimistas. Cesp e Copel integram o time defensivo, ao passo que OGX, Petrobras e Vale materializam a aposta em commodities.

A corretora Souza Barros mexeu com vontade na carteira recomendada para fevereiro e diminuiu substancialmente o número de ações recomendadas. São apenas cinco, contra 11 indicações no mês passado. As ações da Cemig ingressaram no portfólio, enquanto os papéis do Bradesco, Duratex, Localiza, Pão de Açúcar, Petrobras e Randon ficaram para trás.

A Spinelli sustenta que os setores que haviam acumulado forte alta em 2010 apresentaram realização dos lucros em janeiro, afetando o resultado do Ibovespa no começo do ano. Para fevereiro, a corretora adicionou os papéis da CCR Rodovias, Cosan, Embraer, Fibria e Gerdau no lugar de ALL, AmBev, Lojas Americanas, Redecard e Vale Fertilizantes.

Entre as sete ações recomendadas pela TOV, quatro são de empresas que têm relação direta com o mercado externo: Gerdau, Petrobras, Cosan e Usiminas. As ações da Cemig e Eletrobras representam, na outra ponta, o lado defensivo da carteira.

A Um Investimentos escolheu redistribuir a alocação dos papéis para diminuir a correlação da carteira com o Ibovespa. A estratégia priorizou a exposição em utilities, setores com maior previsibilidade em termos de geração de caixa. Quem abandonou o portfólio foi a ação do Itaú Unibanco, em meio à chance do governo aumentar o compulsório como forma de regular o crédito e esfriar a economia. Em seu lugar, aparece o papel da Usiminas.

Na visão da XP Investimentos, a forte queda observada em janeiro nos setores de construção, consumo e bancos foi exagerada. Não por menos, a corretora aposta na Brookfield, AmBev e Itaúsa nas sugestões para fevereiro. Entre as mudanças, estão a saída de Marfrig e Hypermarcas, e a entrada de Vale Fertilizantes e Brasil Telecom.