Mercados

XP começa a oferecer crédito a empresas por meio de fundo

Empréstimo será um dos produtos ofertados pela unidade, a XP Empresas, criada em outubro passado com foco no atendimento a grandes companhias

XP Investimentos: a corretora criou em outubro passado a unidade XP Empresas, com foco no corporativo (Germano Lüders/Exame)

XP Investimentos: a corretora criou em outubro passado a unidade XP Empresas, com foco no corporativo (Germano Lüders/Exame)

R

Reuters

Publicado em 4 de março de 2020 às 16h25.

A XP Investimentos começou a oferecer crédito para capital de giro a empresas pequenas e médias, enquanto busca diversificar a base de clientes e otimizar sua estrutura de distribuição.

Empréstimo será um dos produtos ofertados pela unidade, a XP Empresas, criada em outubro passado com foco no atendimento a companhias com faturamento anual entre 50 milhões e 1 bilhão de reais por ano. A prateleira incluiu recentemente derivativos de balcão e passará a ter soluções de câmbio nos próximos meses.

Por enquanto, as operações de crédito são feitas por um único fundo de investimentos, formado por um mix de recursos proprietários e de um grupo seleto de investidores. Embora não revele o tamanho do fundo, nem o volume já concedido, a XP afirma que a meta é crescer o volume desembolsado até 10 vezes em 2020.

A iniciativa, deflagrada após a XP ter obtido em outubro as licenças finais para poder atuar como banco múltiplo, reforça as avaliações de que o grupo gradualmente se move para enfrentar os grandes bancos do país em mais áreas do que no seu negócio original de plataforma de investimentos para pessoas físicas.

Mas para o chefe da XP Empresas, Rodrigo Moreira, em que pesem as pretensões do grupo de abrir uma frente no mercado para tentar reduzir a concentração excessiva do crédito para empresas médias no setor bancário, este não é o objetivo principal.

"A gente não vai centralizar nossa oferta em crédito, mas em investimentos e em mercado de capitais", disse ele à Reuters.

Segundo ele, em vez de repetir a rotina dos bancos de usar os empréstimos como carro-chefe para aprofundar a relação com as empresas, a XP vai entender melhor as necessidades individuais das companhias e acompanhá-las em seus planos de crescimento.

Como parte da estratégia, a XP criou uma área em seu website específica para empresas, incluindo conteúdo educacional para ensinar sobre temas como a diferença entre gestão de caixas operacional e de reserva.

Um dos objetivos da XP com esse movimento é usar sua força para começar mais adiante a distribuir a investidores papéis de empresas médias, mercado hoje praticamente inexistente no país.

"O nosso alvo principal é de empresas com governança em evolução e estamos num momento muito oportuno para mercado de capitais, tanto para dívida quanto para equity", disse Moreira.

Ao mesmo tempo, a XP, que estreou na Nasdaq em dezembro se apresentando como maior plataforma independente de gestão de recursos, quer equilibrar a base de clientes entre pessoas física e jurídica. Pelas contas da XP, cerca de 60% dos recursos sob gestão no Brasil são de varejo, enquanto o restante é de empresas.

"No nosso caso, a gente quer dobrar a participação de pessoas jurídica nos próximos 18 meses", disse Moreira.

O movimento da XP acontece no momento em que um número crescente de plataformas tecnológicas de serviços financeiros se movimenta para buscar clientes entre pequenas e médias empresas, após intensa disputa para ampliar a base de varejo.

Na véspera, a Reuters publicou que o Banco Original está abrindo uma plataforma para empresas pequenas e médias, as chamadas limitadas (Ltda). Desde o ano passado, o Nubank, o Mercado Pago, do Mercado Livre, dentre outros, também passaram a oferecer mais serviços para pequenos negócios, principalmente crédito.

Acompanhe tudo sobre:Créditoxp-investimentos

Mais de Mercados

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol

JBS anuncia plano de investimento de US$ 2,5 bilhões na Nigéria

Ibovespa sobe puxado por Petrobras após anúncio de dividendos

Escândalo de suborno nos EUA custa R$ 116 bilhões ao conglomerado Adani