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Wall Street é sacudida por chegada de furacão

O mercado também permanecerá fechado na terça-feira, anunciaram as autoridades

Ao todo, o Dow Jones cresceu 11,45% em três meses, e quase 8% desde o início de 2012 (Archives / Timothy A. Clary/AFP)

Ao todo, o Dow Jones cresceu 11,45% em três meses, e quase 8% desde o início de 2012 (Archives / Timothy A. Clary/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2012 às 21h19.

Nova York - Com a Bolsa fechada, resultados de empresas atrasados e o funcionamento de bancos prejudicado, Wall Street foi completamente interrompida nesta segunda-feira pela iminente passagem do furacão Sandy, que atingirá a costa leste dos Estados Unidos.

O mercado também permanecerá fechado na terça-feira, anunciaram as autoridades.

Pela primeira vez desde o fechamento excepcional de quatro dias que se seguiu aos atentados de 11 de setembro de 2001, nenhum corretor operava nos mercados regidos pelo NYSE Euronext e Nasdaq OMX, que administram os índices mais importantes da bolsa, o Dow Jones e o tecnológico Nasdaq.

A última vez que a bolsa ficou fechada por causa do clima foi há 27 anos, durante a passagem do furacão Gloria.

"No pior dos casos esperamos reabrir na quarta-feira", disse o diretor geral do NYSE, Duncan Niederauer, à cadeia norte-americana CNBC.

No começo do dia, os operadores tinham decidido manter as negociações eletrônicas, mas finalmente optaram pelo fechamento completo.

Para que as negociações em plataformas virtuais funcionem, "milhares de funcionários dos serviços de corretagem de Morgan Stanley, Merrill Lynch, e Goldman Sachs" são necessários, e "essas pessoas tiveram sérios problemas para ir ao trabalho", explicou Niederauer.


Vários bancos com sede em Nova York decidiram mudar algumas de suas atividades mais importantes para escritórios de emergência e deixaram suas sucursais fechadas.

O Citigroup, por exemplo, fechou todas as suas agências de Nova York, Boston, Filadélfia e dos estados de Connecticut, New Jersey e Delaware nesta segunda-feira.

O banco de negócios Goldman Sachs, cuja sede se encontra no sul de Manhattan, pôs em prática um plano de emergência que prevê o uso de equipamentos em Londres e trabalho à distância para seus funcionários locais.

O Bank of America (BofA) mantém seus escritórios do World Financial Center fechados, próximo a Wall Street, nesta segunda-feira.

Outros mercados também estão afetados pelo furacão.

O operador CME Group informou que suspendeu as negociações no New York Mercantile Exchange (Nymex), onde o barril de petróleo "light sweet crude" (WTI) é cotado. Neste caso as trocas eletrônicas foram mantidas.

A sede e a sala de operações deste mercado estão localizadas na área de evacuação estabelecida pelas autoridades nova-iorquinas.

A empresa também suspendeu as cotações de todos os produtos vinculados a taxas de juros a partir das 16h00 GMT (14h00 de Brasília).

A associação profissional que reúne os corretores da bolsa (Sifma na sigla em inglês) recomendou que fosse suspensa na terça-feira toda a atividade de corretagem de obrigações em dólares nos Estados Unidos.

A cotação dos produtos agrícolas do CME Group, em Chicago, funciona sem inconvenientes.

A chegada do Sandy obrigou várias empresas a atrasar eventos previstos há muito tempo.

O gigante da internet Google, por exemplo, teve que anular a apresentação prevista para esta segunda-feira de novidades de seu sistema operacional Android, que segundo algumas especulações, incluía um novo tablet.

A publicação de resultados de várias empresas foi adiada: é o caso da Pfizer que publicará seus resultados trimestrais na quinta-feira, ao invés de terça; da editora McGraw-Hill que divulgará na sexta ao invés de quarta e do grupo de imprensa Thomson-Reuters que publicará os dados também na sexta, ao invés de terça-feira.

Outros seguirão suas agendas, como a Ford, que divulgará suas cifras do terceiro trimestre na terça-feira às 13H00 GMT (11h00 de Brasília), após o olho do furacão ter tocado a terra.

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