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Via Varejo quer levantar 4bi com acionistas para reforçar capital de giro

O conselho de administração da empresa, dona das redes Casas Bahia e Ponto Frio, aprovou nesta quarta-feira venda de até 297 milhões de ações

Casas Bahia: no primeiro trimestre de 2020, a Via Varejo trouxe aos investidores o primeiro lucro desde junho de 2018, de 13 milhões de reais (Divulgação/Divulgação)

Casas Bahia: no primeiro trimestre de 2020, a Via Varejo trouxe aos investidores o primeiro lucro desde junho de 2018, de 13 milhões de reais (Divulgação/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 4 de junho de 2020 às 11h02.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2021 às 10h35.

O conselho de administração da Via Varejo aprovou na última quarta-feira, 3, uma oferta de até 297 milhões de ações, com distribuição primária e esforços restritos, que deve ser precificada no dia 15 de junho. Coordenam a oferta Bradesco BBI, BTG Pactual, BB Investimentos, Bank of America, Santander, Safra e XP Investimentos.

Inicialmente, a operação consiste na oferta pública primária de 220 milhões de papéis, mas, caso haja excesso de demanda, pode ser acrescida em 35% (77 milhões de ações), de acordo com o fato relevante disponível na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quinta-feira.

Considerando o preço de fechamento da ação da dona das redes Casas Bahia e Ponto Frio na véspera, de 13,48 reais, a empresa pode captar de 2,96 bilhões até 4 bilhões.

A Via Varejo disse que pretende usar os recursos provenientes da operação para investir em tecnologia, logística, inovação, desenvolvimento e otimização da estrutura de capital da companhia, reforçando o capital de giro da empresa.

Em maio, as ações da varejista tiveram alta de 34,37%.

Resultados positivos

No balanço relativo ao período de janeiro a março, na contramão do que era esperado para o setor, a Via Varejo trouxe aos investidores o primeiro lucro desde junho de 2018: 13 milhões de reais. O valor, segundo a empresa, deveria ser 100 milhões de reais, não tivesse vindo a pandemia.

No mesmo período de 2019, a companhia reportou prejuízo de 50 milhões de reais. A receita líquida, no período, ficou praticamente estável em 6,34 bilhões de reais, enquanto o Ebitda subiu quase 30%, para 563 milhões de reais.

Roberto Fulcherberguer, presidente da companhia, atribuiu o desempenho ao esforço sobre os canais digitais e à adoção do modelo de vendedores online, que estão ativando a base de clientes da empresa. Hoje, eles já respondem por 20% das vendas e o tíquete médio que conseguem é 25% superior às compras digitais feitas sem assistência, de acordo com o presidente.

Boa varejista de si própria

A companhia tem atualmente 11,2 milhões de usuários ativos mensais em seus canais eletrônicos, ante 1,5 milhão em junho do ano passado. O número de visitas aumentou 345% no primeiro trimestre. Quando março é destacado do período, a expansão foi de 450%. A empresa tem mais de 1.000 pontos de venda no país.

Segundo Fulcherberguer, em abril, a companhia alcançou um volume de 90% das vendas de igual período de 2019 e em maio, até o Dia das Mães, conseguiu crescimento. Segundo ele, as vendas totalizaram 110% do volume do ano anterior. “Tudo isso com mais de 80% de nossas lojas fechadas”, enfatizou em entrevista concedida em maio ao EXAME In.

Na crise, a Via Varejo está se mostrando, acima de tudo, uma boa varejista de si própria. Após diversas mudanças societárias, a empresa que tem duas das marcas mais antigas do varejo de bens duráveis do país, Casas Bahia e Ponto Frio, consegue agora se vender como um negócio moderno, após acumular críticas sobre sua estratégia digital — ou a falta dela. “Fizemos a mais rápida e de maior sucesso transformação digital do varejo brasileiro.” Essa é a mensagem que Fulcherberguer vem reforçando.

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