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Vencimento de índice futuro deve deixar Bovespa volátil

Os mercados internacionais são pressionados por notícias relacionadas à Grécia e dados de atividade dos Estados Unidos contribuem para as baixas

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2012 às 11h04.

São Paulo - A disputa entre "comprados" e "vendidos" no dia do vencimento de índice futuro garante volatilidade à Bovespa nesta quarta-feira. Do exterior, a influência recebida é negativa. Os mercados internacionais são pressionados por notícias relacionadas à Grécia e dados de atividade dos Estados Unidos contribuem para as baixas. Internamente, o governo brasileiro lança um pacote de concessões em rodovias e ferrovias, o que pode afetar algumas ações. Por volta das 10h10, o Ibovespa subia 0,35%, aos 58.284,78 pontos, depois de abrir em ligeira queda.

Para o economista e sócio da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira, o dia será "complicado", por causa da "briga" entre "comprados" (aposta na alta) e "vendidos" (aposta na baixa) em índice futuro. Mas, ressalta, "o exterior fraco favorece os 'vendidos'". "É provável que tenhamos um mercado fraco, exceto se houver algum dado mais favorável no exterior", completa

O chefe da mesa de renda variável de uma corretora paulista, que preferiu não se identificar, avalia que "o viés negativo do exterior pode estragar um pouco um eventual rali na sessão". Ontem, lembra ele, a Bolsa brasileira já foi pressionada pelo exterior ruim no fechamento, ficando próxima de perder o patamar dos 58 mil pontos (58.082,92). Para este profissional, a disputa deve se intensificar à tarde.

Segundo dados atualizados pela BM&FBovespa, os investidores estrangeiros elevaram ligeiramente a posição "comprada" em Ibovespa futuro na véspera do vencimento do derivativo referente ao mês de agosto. Os não residentes estão "comprados" com 16.165 contratos em aberto. Na última segunda-feira, essa estratégia contava com 14.819 contratos em aberto.

No horário acima, em Nova York, o futuro do S&P 500 caía 0,14%, depois de acelerar a perda com a divulgação do índice de atividade regional Empire State, que recuou para -5,85 em agosto. O indicador estava positivo, em 7,39, e a previsão era de queda para +5. Foi a primeira contração desde outubro de 2011. O índice de preços ao consumidor norte-americano de julho, por sua vez, subiu 0,2%, em linha com as previsões.

Ainda nesta quarta-feira pela manhã será divulgado o resultado da produção industrial norte-americana no mês passado. Também estão previstos o índice de confiança das construtoras de casas e os estoques semanais de petróleo bruto e derivados.

Na Europa, as principais bolsas europeias operam em baixa, ainda repercutindo a notícia de que a Grécia vai pedir uma extensão de dois anos no seu mais recente programa de austeridade com os credores internacionais. A informação foi divulgada ontem pelo Financial Times (FT). Às 10h08, a Bolsa de Frankfurt caía 0,50% e a de Paris, -0,08%.


De volta ao Brasil, a presidente Dilma Rousseff anuncia nesta quarta-feira um pacote de concessões em rodovias e ferrovias, na tentativa de aumentar o investimento privado e combater baixas taxas de crescimento. O chamado Plano Nacional de Logística Integrada (PNLI) prevê investimentos para os próximos 30 anos. O anúncio, terá a participação do ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Para um operador de renda variável, as medidas "com certeza vão impactar ao menos as ações do setor de siderurgia". Bandeira, da Órama, diz que "é preciso esperar o anúncio para ver o desenho do pacote".

Bandeira também lembra que esta quarta-feira é o último dia da safra brasileira de resultados financeiros do segundo trimestre de 2012. "Isso afeta algumas ações pontualmente." E, vale destacar, além dos números e teleconferências previstas para esta quarta-feira, os investidores voltam os olhos para a Petrobras, que detalha na parte da tarde o plano de negócios da empresa para o período 2012-2016 na área de Exploração e Produção.

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