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7 empresas investidas pela Verde, do lendário gestor Luis Stuhlberger

Fundo principal e mais longevo da gestora tem valorização acumulada de 18.900% desde sua criação em 1997

Luis Stuhlberger: diretor de investimentos e presidente da Verde Asset Foto: Germano Lüders 19/04/2010 (Germano Lüders/Exame)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 3 de outubro de 2021 às 09h03.

Última atualização em 3 de outubro de 2021 às 10h00.

Luis Stuhlberger , diretor de investimentos e presidente da Verde Asset , tem um dos históricos mais invejáveis do mercado financeiro brasileiro. Desde sua criação, em 1997, seu principal fundo, o Verde FIC FIM, já rendeu quase 18.900% a seus cotistas. A performance deixa qualquer índice de referência para trás. No mesmo período, o CDI, benchmark do fundo, rendeu 2.270%.

O desempenho assombroso fez Stuhlberger ficar conhecido por se antecipar às tendências de mercado. Entre as características recentes da Verde estiveram a convicção para sair de uma posição em momentos decisivos de uma empresa e a confiança de manter investimentos mesmo quando o mercado vai na direção contrária. Grandes gestores, assim como todo ser humano, não acertam sempre. Mas sabem identificar onde, muito além dos preços, há valor.

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Confira 7 empresas investidas pela Verde, de Luis Stuhlberger:

1. Natura

Escritório da Natura, em São Paulo (Germano Lüders/Exame)

A Natura (NTCO3) é uma das principais representantes da bolsa quando o assunto é ESG. A sigla, sinônimo de boas práticas ambientais, sociais e de governança, tem ganhado cada vez mais relevância no mercado financeiro. A estratégia de investimentos com o enfoque ESG, de acordo levantamento da Morningstar, já superou a marca de 1 trilhão de dólares sob gestão.

As ações da Natura entraram para o portfólio do principal fundo da Verde entre janeiro e fevereiro de 2020, pouco após a empresa receber o aval de autoridades de defesa econômica para a aquisição da Avon. Entre novembro de 2019 e janeiro de 2020, as ações da Natura chegaram a acumular 50% de alta, chegando a 45 reais por papel.

Quase 2 anos depois, as ações permanecem próximas do patamar, e a Verde segue confiante com a tese. Na última carteira reportada, referente a maio, a posição em Natura era a terceira maior em ações do Verde FIC FIM.

2. Equatorial

Torre de transmissão da Equatorial (Arquivo//Agência Brasil)

A maior posição em ação do Verde FIC FIM era na Equatorial (EQTL3), com mais de 3% do fundo. A empresa é o principal conglomerados do setor de energia elétrica do país, com valor de mercado de 25,9 bilhões de reais e alta de 150% na bolsa, nos últimos cinco anos. Agora, que o novo marco do saneamento abriu espaço maior atuação de empresas privadas, a empresa pretende entrar no ramo. No mês passado, a Equatorial venceu a disputa pela concessão de saneamento no estado do Amapá.

3. PetroRio

Extração de petróleo da PetroRio (PetroRio (PRIO3)/Divulgação)

A discussão sobre a preferência entre Petrobras (PETR3/PETR4) ou PetroRio (PRIO3) tem ganhado relevância nos últimos dias, com investidores aumentando suas posições na empresa privada, diante de pressões para controle de preços na Petrobras. Com ajuda da alta do petróleo no exterior, as ações da PetroRio acumularam 45% de alta nos últimos 30 dias, enquanto a Petrobras subiu apenas 5%. Stuhlberger se antecipou ao movimento.

Em maio, a ação PRIO3 já era uma das dez maiores em posição de seu fundo multimercado. A troca de Petrobras por PetroRio se deu ainda em fevereiro, justamente quando o então presidente da estatal, o economista Roberto Castello Branco, foi substituído pelo general Joaquim Silva e Luna em meio à pressões sobre a política de preços.

4. Grupo Mateus

Hipermercado do Grupo Mateus (Grupo Mateus/Divulgação)

O Grupo Mateus (GMAT3), um dos principais representantes do varejo da Nordeste na bolsa, levantou mais de 4,5 bilhões de reais em sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) realizada no ano passado. O IPO chegou a ser o maior do ano -- antes de ser superado pelo da Rede D'OR (RDOR3). Parte dessa chegada estrondosa à bolsa teve dedo de Stuhlberger, que possui ações da companhia desde outubro de 2020, quando os papéis estrearam na B3.

Desde então, as ações acumulam perdas de 15%, mas seguem presentes no portfólio. Afinal, a perda só é realizada na venda. Com a Verde, outras gestoras de renome têm posição na companhia, como Squadra, Constellation e Kapitalo.

5. Enjoei

Aplicativo da Enjoei (EXAME.com/Reprodução)

Outro exemplo de que a Verde vê mais valor do que preço é o investimento na Enjoei (ENJU3). As ações da companhia já caíram 63,4% desde o IPO, em novembro do ano passado. A performance a coloca entre as piores novatas da bolsa. Mesmo assim, a Verde manteve o investimento no brechó digital. A despeito da desvalorização dos papéis, a tese de que a empresa é um bom investimento é compartilhada por grandes mentes do mercado.

Entre os maiores acionistas da Enjoei estão as gestoras Dynamo, Absoluto, SPX e Sharp Capital, com cerca de 5% da empresa cada uma. Do exterior, a Enjoei ainda tem investimentos do Morgan Stanley e da gestora de venture capital Bressemer, que apostou em grandes nomes da tecnologia, comoPinterest, Twitch e Shopify. No mercado, fala-se de um upside de até 250% para os papéis da Enjoei.

6. Itaú Unibanco

Fachada de agência do Itaú (Pilar Olivares/Reuters)

A visão do mercado sobre os grandes bancos tem sido alterada entre investidores com o crescimento das fintechs. Ainda, assim a Verde segue vendo valor no setor, especialmente, no Itaú Unibanco (ITUB4), que, em maio, era a segunda maior posição em ações do fundo multimercados da Verde, somente atrás da Equatorial.

7. Nubank

Cartão do Nubank (Nubank/Divulgação)

Embora tenha grandes investimentos em um dos mais tradicionais bancos do país, a Verde também aposta alto nas mudanças do setor financeiro. Em junho deste ano, a gestora de Stuhlberger participou da extensão de uma rodada de investimentos no Nubank, que contou com a participação da Berkshire Hathaway,de Warren Buffett .

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