Investidores aguardam por uma vacina para que as empresas voltem a crescer com força (Dado Ruvic/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2020 às 09h21.
Última atualização em 11 de novembro de 2020 às 09h22.
O anúncio de que a vacina desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer em conjunto com a alemã BioNTech demonstrou 90% de eficácia em testes desencadeou uma onda de euforia nos mercados nesta semana. A tese é a de que o crescimento econômico logo voltará a ser o que era antes da pandemia do novo coronavírus. Mas, para o banco suíço UBS, tudo pode não passar de uma ilusão.
"Mais à frente, não estou pessimista. Ao fim de tudo, podemos superar tudo isso. Mas nós não deveríamos entrar na ilusão de que isso vai acontecer rapidamente. Vai levar algum tempo", afirmou Axel Weber, presidente do conselho do UBS, à CNBC.
O executivo completou o raciocínio apontando para o tempo para que a vacina surta efeitos na economia. "Levará ao menos um ano para (a economia) voltar aos patamares pré-crise. E levará mais um ano ou dois para que o desemprego recue a algo próximo ao que era", disse Weber. "Vamos enfrentar uma recuperação que será muito longa.
Caso a previsão de Weber esteja correta, investidores estariam precificando um crescimento nos resultados das empresas na bolsa que pode demorar igualmente mais tempo do que eles imaginam. Ações de empresas de turismo e de companhias aéreas registraram valorização acima de 10% na segunda, 9, dia do anúncio da Pfizer.
Para um dos líderes do UBS, que é um dos maiores bancos de investimento do mundo, o anúncio da vacina da Pfizer é uma boa notícia que foi bem recebida pelos mercados, mas ele também pontuou que é desapontador que a capacidade de produção em larga escala da vacina da Pfizer com a BioNTech -- uma vez que ela receba as aprovações necessárias -- não é tão ampla como seria esperado. E que isso significa que vai levar um tempo até que o mundo supere a pandemia.
O UBS tem adotado uma postura de cautela sobre a economia nos próximos meses, mesmo com as perspectivas cada vez mais amplas de uma vacina. Na última semana, o copresidente do banco, Piero Novelli, disse que aguarda volatilidade nos mercados mais à frente em decorrência de notícias de incertezas relacionadas à vacina, como atrasos na aprovação ou na produção pelas farmacêuticas.