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Tensão externa faz Ibovespa cair 3,8% na semana

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em baixa de 1,64 por cento, para 68.226 pontos

Além da Irlanda, o mercado está de olho em Portugal, temendo que o país seja o próximo alvo de ajuda financeira (Peter Muhly/AFP)

Além da Irlanda, o mercado está de olho em Portugal, temendo que o país seja o próximo alvo de ajuda financeira (Peter Muhly/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2010 às 19h23.

São Paulo - O ambiente externo ainda tenso com o perigo de conflito aberto entre as Coreias e a amplitude da crise financeira na Europa derrubaram o Ibovespa nesta sexta-feira, fazendo o índice encerrar a semana no vermelho.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em baixa de 1,64 por cento, para 68.226 pontos. Na semana o Ibovespa acumulou queda de aproximadamente 3,8 por cento.

O volume financeiro da sessão foi de 4,42 bilhões de reais, abaixo da média diária recente

A instabilidade internacional voltou a desfavorecer o mercado doméstico, com a agenda vazia no Brasil e nos Estados Unidos dando espaço para mais peso nas notícias vindas da Europa e Ásia.

"Agora não tem muito jeito de recuperar enquanto você não acertar esses dois fatores, Coreia e Irlanda, e não creio que tenha surgido grandes desenvolvimentos sobre esses temas", afirmou Álvaro Bandeira, economista-chefe da Ágora Corretora.

No Velho Continente fontes afirmaram que um plano de socorro à Irlanda deve ser acertado no fim de semana. Contudo, os investidores temem que os 85 bilhões de euros oferecidos ao país não sejam o bastante para sanear o sistema bancário do país.

Além da Irlanda, o mercado está de olho em Portugal, temendo que o país seja o próximo alvo de ajuda financeira.

"Portugal está com o mesmo discurso que mostraram Grécia e Irlanda antes de reconhecerem necessidade de ajuda, isso gera suspeitas", afirmou Bandeira.

Nesta sexta-feira o premiê português disse que Portugal tem todas as condições para continuar a financiar-se nos mercados e a aprovação do austero orçamento para 2011 deve contribuir no aumento da confiança.   

Em Wall Street o mercado acionário encerrou suas atividades às 16h (horário de Brasília) nesta "Sexta-Feira Negra", após permanecer fechado na véspera por conta do feriado de Ação de Graças.

O desempenho ruim de papéis ligados a commodities derrubou Nova York , com o mercado ainda pressionado por receios de que os problemas de dívida na zona do euro possam continuar se espalhando, além das preocupações com a situação na península coreana.

No Ibovespa as ações preferenciais da Vale fecharam em baixa de 1,48 por cento, para 48,52 reais, enquanto que as ordinárias cederam 1,51 por cento, em 54,09 reais.

Os papéis preferenciais da Petrobras cederam 1,01 por cento, para 24,60 reais, enquanto que os ordinários recuaram 0,98 por cento, para 27,23 reais.

O setor siderúrgico teve um novo dia de perdas agudas, um dia após o IABr divulgar os números do setor de aço relativos a outubro.

"Os dados de outubro confirmam que a atual fraqueza do mercado deve continuar até do fim de 2010 e começo de 2011", afirmou a analista Claudia Elisabeth Feddersen, do Citi, em relatório.

As ações da Gerdau caíram 2,43 por cento, para 20,07 reais, enquanto que as preferenciais da Usiminas perderam 3,15 por cento, para 19,35 reais.

A BM&FBovespa terminou em baixa de 1,01 por cento, para 13,67 reais, no dia que o Merrill Lynch reduziu seu preço-alvo para a empresa de 19 para 18 reais, mantendo recomendação de compra.

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