São Paulo – A nova oferta de ações da Tecnisa (TCSA3), que pretende levantar até 500 milhões de reais, poderá trazer ao mercado novos papéis a um valor 23% acima do fechamento do último pregão (10,50 reais). O valor seria uma exigência do controlador da empresa, Meyer Joseph Nigri, para dar prosseguimento à operação anunciada no último dia 16. Segundo apurou a Exame.com, o executivo bateu o pé nos 13 reais e disse que até poderia cancelar a venda caso o preço não estivesse de acordo.
Segundo o
comunicado da oferta, a Tecnisa pretende utilizar os recursos para aquisição de terrenos (50%), gastos com construção (35%), amortização de dívidas com vencimento em 2011 (10%) e capital de giro (5%). A fonte, que pediu para não ser identificada, afirmou ainda que os coordenadores se comprometeram a dar garantia firme no preço estabelecido. Como a Tecnisa também deve para eles, e o follow também servirá para pagá-los, os bancos ainda revelaram a intenção de alocar as ações não absorvidas pelo mercado nas posições proprietárias.
A dívida de curto prazo da Tecnisa é de aproximadamente 560 milhões de reais, de acordo com o balanço do 3º trimestre de 2010. Os bancos Itaú BBA, BTG Pactual e Santander são os coordenadores da operação. O cronograma da oferta ainda não foi divulgado.
As ações da Tecnisa caíram 3,83% no dia 16 de dezembro, data da publicação do aviso ao mercado com informações sobre a oferta de ações. Os papéis encerraram cotados a 10,80 reais. Considerando a intenção da empresa de captar em torno de 500 milhões de reais, a Tecnisa precisaria vender aproximadamente 463 milhões de papéis. Desta forma, a 13 reais e mantido o mesmo número de papéis, o montante da captação chegaria a 600 milhões de reais. Caso a empresa decida manter a intenção de captar os 500 milhões de reais, a venda de 384 milhões de papéis seria o suficiente.