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Taxa dos bônus italianos a dez anos voltam a superar os 7%

Taxa voltou ao nível considerado insustentável por analistas; mercado pede medidas para o curto prazo

Mario Monti: mercado quer soluções para o curto prazo do novo governo (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2011 às 13h58.

Paris - O juros dos bônus italianos a dez anos voltou a superar os 7% nesta quinta-feira, depois que Berlim, Paris e Roma se comprometeram a não mexer com a independência do Banco Central Europeu (BCE).

Às 15H00 GMT (13H00 de Brasília), o rendimento do bônus italiano subia a 7,087%, contra 6,956% na quarta-feira. O recorde da taxa foi alcançado no dia 11 de novembro, a 7,483%.

Segundo especialistas, uma taxa de 7% é insustentável no longo prazo para que o país possa seguir pagando sua dívida.

"Os responsáveis europeus se comprometeram hoje com uma melhor harmonização das políticas econômicas da Eurozona, e com o cumprimento de decisões a médio prazo para a obtenção de resultados de longo prazo", disse Patrick Jacq, analista do banco francês BNP Paribas.

Contudo, diz o especialista, o que o mercado exige são soluções de curto prazo e essencialmente uma maior implicação do BCE.

"Por isso, esse encontro foi decepcionante", concluiu Jacq.

Após uma reunião em Estrasburgo (França), o presidente francês Nicolas Sarkozy, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o chefe do governo italiano, Mario Monti, anunciaram modificações dos tratados europeus para melhorar a governança da Eurozona.

Segundo Merkel, essas reformas não afetarão o BCE. Contrariando a posição mantida ultimamente por vários dirigentes franceses, Sarkozy afirmou que Berlim, Paris e Roma não farão mais declarações "positivas ou negativas" sobre o BCE, cuja missão é garantir uma inflação em torno de 2% na Eurozona.

Os investidores querem que o instituto central deixe de lado sua ortodoxia monetária e compre maiores volumes de dívida pública de países em apuros para reduzir os juros exigidos dos bônus e contribuir para tornar sua dívida sustentável.


Na quinta-feira, a fraca demanda para os bônus emitidos pela Alemanha trouxe temores ao mercado e evidenciou o aumento da preocupação dos investidores em relação a Eurozona. O país emitiu 6 bilhões de euros em bônus a dez anos e obteve uma demanda muito inferior à oferta, de 3,6 bilhões, a um juros médio de 1,98%, segundo dados da agência nacional da dívida.

Segundo especialistas, a fraca demanda pelos bônus alemães reflete o atual nervosismo do mercado.

"O resultado da emissão reflete as condições de um mercado extremamente nervoso, mas isso não significa uma crise para o governo alemão", disse Jörg Müller, porta-voz da agência.

Os analistas da ING advertiram que se a demanda fosse 1 bilhão de euros menor seria um sinal de debilidade.

"Com a falta de alternativas, os bônus alemães continuam sendo um valor seguro na Eurozona, mas principalmente os investidores estrangeiros perderam um pouco a confiança na região em seu conjunto, o que vale também para as obrigações alemãs", disse o banco Helaba.

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Paris - O juros dos bônus italianos a dez anos voltou a superar os 7% nesta quinta-feira, depois que Berlim, Paris e Roma se comprometeram a não mexer com a independência do Banco Central Europeu (BCE).

Às 15H00 GMT (13H00 de Brasília), o rendimento do bônus italiano subia a 7,087%, contra 6,956% na quarta-feira. O recorde da taxa foi alcançado no dia 11 de novembro, a 7,483%.

Segundo especialistas, uma taxa de 7% é insustentável no longo prazo para que o país possa seguir pagando sua dívida.

"Os responsáveis europeus se comprometeram hoje com uma melhor harmonização das políticas econômicas da Eurozona, e com o cumprimento de decisões a médio prazo para a obtenção de resultados de longo prazo", disse Patrick Jacq, analista do banco francês BNP Paribas.

Contudo, diz o especialista, o que o mercado exige são soluções de curto prazo e essencialmente uma maior implicação do BCE.

"Por isso, esse encontro foi decepcionante", concluiu Jacq.

Após uma reunião em Estrasburgo (França), o presidente francês Nicolas Sarkozy, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o chefe do governo italiano, Mario Monti, anunciaram modificações dos tratados europeus para melhorar a governança da Eurozona.

Segundo Merkel, essas reformas não afetarão o BCE. Contrariando a posição mantida ultimamente por vários dirigentes franceses, Sarkozy afirmou que Berlim, Paris e Roma não farão mais declarações "positivas ou negativas" sobre o BCE, cuja missão é garantir uma inflação em torno de 2% na Eurozona.

Os investidores querem que o instituto central deixe de lado sua ortodoxia monetária e compre maiores volumes de dívida pública de países em apuros para reduzir os juros exigidos dos bônus e contribuir para tornar sua dívida sustentável.


Na quinta-feira, a fraca demanda para os bônus emitidos pela Alemanha trouxe temores ao mercado e evidenciou o aumento da preocupação dos investidores em relação a Eurozona. O país emitiu 6 bilhões de euros em bônus a dez anos e obteve uma demanda muito inferior à oferta, de 3,6 bilhões, a um juros médio de 1,98%, segundo dados da agência nacional da dívida.

Segundo especialistas, a fraca demanda pelos bônus alemães reflete o atual nervosismo do mercado.

"O resultado da emissão reflete as condições de um mercado extremamente nervoso, mas isso não significa uma crise para o governo alemão", disse Jörg Müller, porta-voz da agência.

Os analistas da ING advertiram que se a demanda fosse 1 bilhão de euros menor seria um sinal de debilidade.

"Com a falta de alternativas, os bônus alemães continuam sendo um valor seguro na Eurozona, mas principalmente os investidores estrangeiros perderam um pouco a confiança na região em seu conjunto, o que vale também para as obrigações alemãs", disse o banco Helaba.

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