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“Taxa do rotativo não deve cair tanto quanto se esperava”, diz CEO do Santander

Expectativa do banco é de retomar a agenda sobre rotativo e parcelado sem juros a partir de fevereiro

Mario Leão, CEO do Santander Brasil: “Vamos insistir na retomada da pauta do rotativo em fevereiro" (Santander Brasil/Divulgação)
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 31 de janeiro de 2024 às 12h54.

O novo teto para os juros rotativos do cartão de crédito pode não ter o efeito planejado, na avaliação de Mario Leão, CEO do Santander Brasil. “A taxa do rotativo não deve cair tanto quanto se esperava. Será impossível cair a apenas um dígito por mês como era a expectativa inicial”, afirmou o CEO em coletiva com jornalistas nesta quarta-feira, 31, para comentar os resultados do banco no 4º trimestre de 2023.

Em dezembro do ano passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou o teto de juros do rotativo em 100% para 2024 – os juros médios anuais anteriores chegavam a 477,59%. Leão avaliou o teto como um remédio temporário para um problema ainda não resolvido.

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A melhor saída, segundo o CEO do Santander, passaria por incluir algum tipo de restrição às compras parceladas sem juros. Na solução ideal, o parcelado sem juros seria revisitado para gradualmente ser substituído por um parcelado com juros, que permitiria taxas mais atrativas que as hoje oferecidas no rotativo.

A agenda de restringir o parcelado sem juros é defendida principalmente pelo setor bancário. Do lado oposto da discussão estão as varejistas, que veem no mecanismo um dos principais motores de vendas do setor.

“Vamos insistir na retomada desta pauta em fevereiro, mas é preciso boa vontade do governo e do Banco Central”, disse Leão.

A expectativa do CEO é que o teto estabelecido pelo CMN não tenha grande impacto nos números do banco. “Haverá um efeito, mas a expectativa inicial é que não seja tão material a ponto de impactar a rentabilidade”, concluiu.

Balanço do Santander no 4º trimestre

O Santander Brasil (SANB11) abriu a temporada dos balanços bancários nesta quarta-feira, 31, apresentando um lucro líquido recorrente de R$ 2,204 bilhões no quarto trimestre – abaixo das expectativas do mercado, que estimavam um saldo na casa dos R$ 2,87 bilhões segundo consenso LSEG (antigo Refinitiv).

O valor representa uma alta de 30% na comparação anual, mas o saldo positivo não foi um alívio. A recuperação judicial da Americanas é a explicação para o salto no lucro. Isso porque, no quarto trimestre de 2022, o Santander provisionou cerca de 30% da exposição que tinha à varejista neste trimestre, o que pressionou o resultado e diminuiu a base de comparação. Frente ao terceiro trimestre de 2023, o lucro do Santander caiu 19,2%.

No acumulado do ano, o Santander lucrou R$ 9,38 bilhões, baixa de 27,3% em comparação com o valor apurado em 2022.

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