Stone eleva oferta pela Linx horas antes de assembleia; ações sobem 3%
Ações da Linx tiveram negociação interrompida por 45 minutos na B3; nova proposta será decidida hoje à tarde em assembleia
Paula Barra
Publicado em 17 de novembro de 2020 às 13h24.
Última atualização em 17 de novembro de 2020 às 17h22.
A batalha pela aquisição daLinx (LINX3) ganhou novo capítulo pouco antes da assembleia geral extraordinária de acionistas que pode selar o desfecho da disputa. A companhia de tecnologiainformou, por meio de fato relevante divulgado na tarde desta terça-feira, 17, que a Stone elevou em 268,59 milhões de reais a oferta a ser paga em dinheiro para aquisição da companhia. A nova proposta corresponde a um pagamento adicional em caixa de 1,50 real por ação da Linx, totalizando um valor em dinheiro de 33,56 reais por ação.
Com a notícia, os papéis da Linx tiveram negociação interrompida na B3 por cerca de 45 minutos, das 12h41 às 13h26. Às 14h47, registravam alta de 3,69%, sendo cotados em 36,28 reais. Antes da informação, operavam em baixa de 0,5%.
Com base no preço de fechamento das ações classe A da StoneCo e PTAX do dia 16 de novembro de 2020, o preço total por ação da Linx, agora, corresponde a 38,06 reais, diz o fato relevante -- ou superior em 8,7% ao preço de fechamento dos papéis da companhia ontem em Bolsa (em 34,99 reais).
Isso porque a proposta contempla ainda mais 0,0126774 ações classe A da Stone, negociadas na Nasdaq, conforme termos iniciais. Pelo documento divulgado agora, a companhia diz quepermanece inalterada a parcela a ser paga em ações classe A da Stone ou Brazilian Depositary Receipts (BDRs) da Stone.
Ainda segundo o fato relevante, a nova proposta da Stone está condicionada à assembleia geral extraordinária marcada para esta tarde, assim como à aprovação dos itens do acordo. Quem também está na disputa é a Totvs.
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Segundo uma fonte com conhecimento do caso, provavelmente a Stone negociou com alguns acionistas da Linx para que mudassem o voto e, com isso, a proposta fosse aprovada sem precisar contar com o voto dos fundadores, evitando ser judicializada, o que explicaria a nova proposta de última hora.
No sábado, a Linx informou que a Comissão de Valores Mobiliários liberou, depois de questionamentos sobre possível conflito de interesse, que seus fundadores - Alberto Menache, Nércio Fernandes e Alon Dayan - votem na assembleia de acionistas desta terça, que foi teve início postergado para às 15h45, anteriormente prevista para às 14h, quando será decidida a proposta da Stone.
No imbróglio, alguns acionistas, que eram contra a votação dos três, argumentavam que os executivos vão receber benefícios, como contratos de não competição, no valor de 185 milhões de reais caso o negócio com a Stone seja aprovado. O colegiado da CVM, no entanto, disse que não entende esses contratos sejam um caso concreto de benefício particular ou demonstrem, neste momento, conflito de interesses.
Para que a transação seja selada, é preciso que a maioria absoluta do capital da Linx aprove a proposta. Juntos, os fundadores da companhia possuem 14,3% do capital com direito de voto.
Negociadas na bolsa americana Nasdaq, as ações da Stone subiam 1,74% nesta tarde, no mesmo horário, cotadas em 66,66 dólares.