Bolsa de Nova York: olhos atentos à taxa de desemprego dos EUA, às 9h30 (Brendan McDermid/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de agosto de 2019 às 06h57.
Última atualização em 2 de agosto de 2019 às 09h43.
São Paulo — Ao final de uma semana repleta de balanços financeiros, no Brasil e nos EUA, e com redução nas taxas de juros nos dois países, a sexta-feira chega com os olhos voltados mais uma vez para o presidente americano, Donald Trump.
Ontem, Trump anunciou pelo Twitter que iria criar uma taxa adicional de 10% sobre 1,1 trilhão de reais de produtos importados chineses a partir do dia 1º de setembro, retomando a guerra comercial entre os dois países. A notícia estremeceu os mercados internacionais, impactando o preço do petróleo e o câmbio do dólar ao redor do mundo.
As bolsas asiáticas caíram forte hoje: Hong Kong recuou 2,5%, Tóquio caiu 2,1% e Xangai, 1,4%. Nos contratos futuros, o petróleo Brent, negociado em Londres, chegou a cair 6,15% ontem, mas subiu 2% na madrugada. O petróleo dos EUA (WTI) chegou a recuar 7%, e depois subiu 1,7% na madrugada.
A grande pergunta do dia é como a bolsa e o câmbio vão reagir no Brasil. Ontem, o Ibovespa reduziu sua alta máxima de 2% ao longo do dia para fechar com saldo positivo de 0,31%. As ações da Petrobras tiveram queda de mais de 1,5%, seguindo o preço do petróleo.
A estatal realiza conferência com analistas e investidores às 10h de hoje, e pode ajudar a dissipar parte da tempestade nos mercados. Na noite de ontem, a Petrobras anunciou o maior lucro de sua história, de 18,8 bilhões de reais, em meio a um forte programa de desinvestimentos que deve ser detalhado na manhã de hoje.
Nos Estados Unidos, a expectativa dos economistas foi confirmada e foram criadas 164.000 vagas de emprego em julho. A taxa de desemprego do país ficou a 3,7% e o salário cresceu 3,2% desde o começo do ano.
Em junho, os Estados Unidos surpreenderam analistas ao anunciar a criação de 224.000 vagas.
Uma nova surpresa positiva deve fornecer munição a Trump para suas recorrentes críticas ao Banco Central americano, o Fed, que na quarta-feira anunciou corte de 0,25 ponto na taxa de juros do país, mas sinalizou que não há um ciclo de cortes a caminho.
Trump esperava uma postura mais agressiva do Fed para “ajudar a economia do país”. A nova leva de tarifas impostas aos chineses, esta sim, tende a atrapalhar não só a economia do país, como trazer turbulência no médio prazo.