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Setor imobiliário é um dos mais quentes do Brasil, diz analista

Empresas mostram bons resultados e vendas avançam, mas cenário macroeconômico pode pesar negativamente sobre as ações

Obra em prédio residencial na Vila Mariana, em São Paulo: o mercado terá recorde de vendas neste ano (Leandro Fonseca/Exame)

Obra em prédio residencial na Vila Mariana, em São Paulo: o mercado terá recorde de vendas neste ano (Leandro Fonseca/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 25 de agosto de 2021 às 09h27.

Última atualização em 6 de setembro de 2021 às 16h10.

Bons resultados no segundo trimestre de 2021 e vendas em alta são alguns dos fatores que explicam o bom momento para o setor imobiliário no Brasil. As vendas de imóveis cresceram 26,1% em todo o país no ano passado, e para este ano, a expectativa é ainda melhor: um aumento de 30% nas vendas e de 40% nos lançamentos.

Para Marcel Zambello, analista do BTG Pactual digital, as empresas do setor têm mostrado resultados interessantes. “O setor é um dos mais quentes do Brasil. Para além do aumento das vendas, o crédito continua bastante competitivo apesar do aumento da Selic, com juros bastante atrativos pro consumidor”, afirmou Zambello no programa Abertura de Mercado desta quarta-feira, 25.

Por outro lado, o aspecto macroeconômico pesa negativamente. “O mercado continua passando por uma aceleração brusca na taxa de juros, que deve fechar 2021 na casa de 7,5% ao ano. Os custos de construção também estão acelerando com mais força do que o esperado”, destacou.

A expectativa é que o setor fique pressionado entre os bons resultados das empresas e os sinais negativos com a expectativa de altas mais fortes na taxa de juros devido ao avanço da inflação. 

Na véspera, ações de empresas de construção foram destaque do Ibovespa, com a Cyrela (CYRE3) disparando 12,63% após o Bradesco BBI iniciar a cobertura do papel com recomendação de compra. Nesta quarta-feira, no entanto, o setor pode ficar no campo negativo à medida que investidores avaliam os resultados do IPCA-15, indicador considerado a prévia da inflação no País.

Divulgado nesta manhã pelo IBGE, o IPCA-15 cresceu 0,89% em agosto, acima do esperado pelos economistas. O valor foi o maior registrado para o mês desde 2002. Com isso, o índice acumula alta de 5,81% no ano e de 9,3% em 12 meses.

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