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S&P rebaixa nota de 9 dos 17 países da zona do euro

Em todos os casos, além da redução da nota os países ficaram sob "perspectiva negativa", o que abre caminho para novas baixas

A S&P também colocou em observação para potencial rebaixamento o rating AAA da EFSF (Marcel Salim/EXAME.com)

A S&P também colocou em observação para potencial rebaixamento o rating AAA da EFSF (Marcel Salim/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2012 às 19h15.

São Paulo - A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) divulgou por meio de um comunicado que rebaixou os ratings de 9 dos 17 países da zona do euro, entre eles a França e Áustria, que tiveram suas notas reduzidas em um grau, para AA+, algo que deve resultar num downgrade da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, em inglês). A Alemanha escapou e manteve sua nota de crédito triplo A, a maior possível.

Em 5 de dezembro, a S&P colocou em revisão para potencial rebaixamento os ratings de 15 países da zona do euro afirmando que a tensão sistêmica no bloco monetário aumentou nas últimas semanas e passou a ameaçar o crédito da região como um todo. Os dois países que não foram afetados na época foram o Chipre, cujo rating já estava sob revisão negativa, e a Grécia, cuja nota "CC" encontrava-se na região dos investimentos especulativos.

Um dia depois, a S&P também colocou em observação para potencial rebaixamento o rating AAA da EFSF, afirmando que a nota é baseada nas garantias "incondicionais" dos países da zona do euro e que se um ou mais garantidores classificados como AAA fossem rebaixados a nota da EFSF teria de seguir o mesmo caminho. A nota mais baixa pode tornar mais caros os empréstimos que o fundo toma do mercado para financiar o auxílio aos países europeus que passam por dificuldades - Grécia, Irlanda e Portugal.

No comunicado que explica a decisão de hoje, a S&P afirma que "as iniciativas das autoridades europeias nas últimas semanas talvez sejam insuficientes para abordar as tensões sistêmicas na zona do euro", acrescentando que o acordo político fechado na reunião de cúpula da União Europeia ocorrida em 9 de dezembro "não oferece recursos adicionais ou flexibilidade operacional para melhorar as operações de resgate ou estendê-las a países da zona do euro que sofrem pressão do mercado."

A agência diz também que as tensões no bloco monetário incluem "o aperto nas condições de crédito, a elevação dos prêmios de risco para um número crescente de emissões da zona do euro, uma tentativa de desalavancagem simultânea dos governos e das famílias, o enfraquecimento nas perspectivas de crescimento econômico e a disputa aberta e prolongada das autoridades europeias sobre a abordagem mais apropriada para enfrentar esses desafios".

Segundo a S&P, é provável que alguns países europeus continuem enfrentando um custo de financiamento elevado e que haja uma redução na oferta de crédito e no crescimento econômico. "Por outro lado, acreditamos que as autoridades monetárias da zona do euro têm sido instrumentais no que diz respeito a evitar um colapso na confiança do mercado. Vimos que o Banco Central Europeu reduziu com sucesso as exigências para colaterais permitindo que cada vez mais ativos sejam usados como garantias em operações de financiamento e, mais importante, adotou operações de recompra sem precedentes para as instituições financeiras, aliviando as pressões de financiamento de curto prazo para os bancos."

A agência destacou que os ratings do bloco monetário podem ser rebaixados novamente caso haja mais deterioração fiscal em consequência de um ambiente econômico de recessão ou se um aumento na aversão ao risco dificultar o acesso a financiamentos por um custo razoável.

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