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S&P pressiona dólar, mas inflação nos EUA limita baixa

Nas últimas duas sessões, o dólar acumulou queda de 4,59 por cento

Alexandre Tombini: investidores monitoravam a participação do presidente do Banco Central em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado (Joedson Alves/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de março de 2015 às 10h55.

São Paulo - O dólar abriu em queda frente ao real nesta terça-feira pelo terceiro dia seguido, após a Standard & Poor's confirmar o rating do Brasil e manter a perspectiva "estável", mas a divisa se afastou das mínimas após dados mostrarem recuperação dos preços ao consumidor dos Estados Unidos.

Às 10h45, a moeda norte-americana caía 0,13 por cento, a 3,1413 reais na venda, depois de recuar 1,68 por cento, a 3,0924 reais na mínima da sessão. Nas últimas duas sessões, o dólar acumulou queda de 4,59 por cento.

A agência de classificação de risco S&P confirmou a nota em "BBB-" após o fechamento do mercado à vista na véspera, citando as mudanças na condução da política econômica do Brasil no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, apesar do cenário desafiador para o país.

O mercado futuro de câmbio, que continuava em atividade, ainda reagiu à notícia, com o primeiro contrato de dólar ampliando as perdas e fechando com queda de 3,05 por cento, na mínima.

"É um voto de confiança no governo em um momento em que o mercado estava com medo de o Brasil perder o grau de investimento", disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.

O alívio no câmbio nesta sessão era limitado, contudo, pelos dados de inflação ao consumidor nos EUA em fevereiro.

O índice subiu 0,2 por cento em fevereiro, em linha com as expectativas do mercado, o que pode manter sobre a mesa a possibilidade de um aumento dos juros norte-americanos em junho.

Na cena local, investidores monitoravam a participação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, em busca de pistas sobre o futuro do programa de intervenções diárias no câmbio, marcado para durar pelo menos até o fim deste mês.

"O mercado provavelmente já precificou o fim do programa de swaps diários, mas não dá para descartar um estresse imediato com uma sinalização nesse sentido", disse uma operadora de um banco nacional.

"O mercado está muito sensível e qualquer novidade pode gerar mais volatilidade."

Prova da instabilidade recente do mercado é o fato de que apesar do alívio cambial das últimas três sessões, a volatilidade implícita nos mercados de opções não cedeu, sustentando-se perto dos maiores níveis desde o ápice das eleições brasileiras no ano passado.

Nesta manhã, o BC deu continuidade às intervenções diárias no câmbio, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais.

Todos os contratos vendidos vencem em 1º de dezembro de 2015.

Também foram ofertados contratos para 1º de março de 2016, mas nenhum foi colocado.

O BC fará ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril, equivalentes a 9,964 bilhões de dólares, com oferta de até 7,4 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária rolou cerca de 57 por cento do lote total.

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São Paulo - O dólar abriu em queda frente ao real nesta terça-feira pelo terceiro dia seguido, após a Standard & Poor's confirmar o rating do Brasil e manter a perspectiva "estável", mas a divisa se afastou das mínimas após dados mostrarem recuperação dos preços ao consumidor dos Estados Unidos.

Às 10h45, a moeda norte-americana caía 0,13 por cento, a 3,1413 reais na venda, depois de recuar 1,68 por cento, a 3,0924 reais na mínima da sessão. Nas últimas duas sessões, o dólar acumulou queda de 4,59 por cento.

A agência de classificação de risco S&P confirmou a nota em "BBB-" após o fechamento do mercado à vista na véspera, citando as mudanças na condução da política econômica do Brasil no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, apesar do cenário desafiador para o país.

O mercado futuro de câmbio, que continuava em atividade, ainda reagiu à notícia, com o primeiro contrato de dólar ampliando as perdas e fechando com queda de 3,05 por cento, na mínima.

"É um voto de confiança no governo em um momento em que o mercado estava com medo de o Brasil perder o grau de investimento", disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.

O alívio no câmbio nesta sessão era limitado, contudo, pelos dados de inflação ao consumidor nos EUA em fevereiro.

O índice subiu 0,2 por cento em fevereiro, em linha com as expectativas do mercado, o que pode manter sobre a mesa a possibilidade de um aumento dos juros norte-americanos em junho.

Na cena local, investidores monitoravam a participação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, em busca de pistas sobre o futuro do programa de intervenções diárias no câmbio, marcado para durar pelo menos até o fim deste mês.

"O mercado provavelmente já precificou o fim do programa de swaps diários, mas não dá para descartar um estresse imediato com uma sinalização nesse sentido", disse uma operadora de um banco nacional.

"O mercado está muito sensível e qualquer novidade pode gerar mais volatilidade."

Prova da instabilidade recente do mercado é o fato de que apesar do alívio cambial das últimas três sessões, a volatilidade implícita nos mercados de opções não cedeu, sustentando-se perto dos maiores níveis desde o ápice das eleições brasileiras no ano passado.

Nesta manhã, o BC deu continuidade às intervenções diárias no câmbio, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais.

Todos os contratos vendidos vencem em 1º de dezembro de 2015.

Também foram ofertados contratos para 1º de março de 2016, mas nenhum foi colocado.

O BC fará ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril, equivalentes a 9,964 bilhões de dólares, com oferta de até 7,4 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária rolou cerca de 57 por cento do lote total.

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