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S&P eleva perspectiva de crédito dos EUA para "estável"

Agência de rating disse que a "probabilidade de rebaixamento do rating no curto prazo é menor que uma em três"


	Standard & Poor's: em agosto de 2011, a S&P havia rebaixado o rating de crédito dos Estados Unidos de "AAA" para "AA+"
 (AFP/Stan Honda)

Standard & Poor's: em agosto de 2011, a S&P havia rebaixado o rating de crédito dos Estados Unidos de "AAA" para "AA+" (AFP/Stan Honda)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2013 às 13h33.

Nova York - A agência de classificação de risco Standard & Poor's melhorou nesta segunda-feira sua perspectiva de rating do governo dos Estados Unidos para "estável", ante "negativa", citando a ação do Congresso que evitou o "abismo fiscal" no fim de 2012 e as maiores receitas tributárias.

Além disso, a agência de rating, a única a reduzir o status AAA dos EUA, afirmou não esperar que o debate no fim de 2013 sobre o aumento do teto da dívida resulte em uma "inesperada contração no gasto corrente --que poderia causar problemas-- que impacte o serviço da dívida".

A S&P estima que o governo dos EUA terá de autorizar, perto do fim do ano fiscal em setembro, um novo aumento no montante de dívida que emite.

As chances de um rebaixamento da nota dos EUA é "inferior a uma em três" à medida que as melhoras nas receitas tributárias e no desempenho econômico que estão ajudando a reduzir o nível de dívida do país.

O dólar chegou a se valorizar em relação ao euro e ao iene e os mercados acionários abriram com leve variação positiva. Em relação ao real, a moeda ampliou a alta e operava com ganho de mais de 1 por cento às 12h.

A S&P informou em comunicado que as recentes melhoras na arrecadação tributária e as medidas adotadas para lidar com questões orçamentárias de longo prazo melhoraram as perspectivas para os Estados Unidos.

Entretanto, a agência levantou preocupações sobre a capacidade das autoridades de lidarem com temas que têm se arrastado ao longo do tempo devido ao aprofundamento das divisões partidárias em Washington na última década.

"Acreditamos que nosso atual rating 'AA+' já leva em conta uma capacidade menor das autoridades eleitas dos Estados Unidos de reagirem rapidamente e efetivamente a pressões das finanças públicas no longo prazo, em comparação com autoridades de alguns países com rating mais alto, e esperamos repetidos debates sobre a elevação do teto da dívida", informou a agência em comunicado.


A S&P disse esperar que a relação entre a dívida e o Produto Interno Bruto (PIB) se estabilize ao redor de 84 por cento nos próximos anos, o que permitirá "às autoridades prazo adicional para adotar medidas com o objetivo de lidar com pressões de gastos criados com a elevação da idade da população."

"A força do mercado acionário criou receitas tributárias, que certamente são positivas, e a economia continua em uma trajetória de crescimento baixo porém contínuo. Então, apesar de continuarmos a imprimir dinheiro, os números da dívida se estabilizaram e eu acho que a S&P está refletindo isso", afirmou o vice-presidente de investimento da Solaris Group, Tim Ghriskey.

Em agosto de 2011, a S&P havia se tornado a primeira agência de classificação de risco a rebaixar o rating soberano dos Estados Unidos de "AAA" para "AA+", segunda maior classificação, e havia deixado a perspectiva de crédito em "negativa" naquela época.

"Poucas pessoas realmente notam o rating da dívida do governo. A mudança faz sentido já que a trajetória do déficit melhorou. Claro, a S&P não deveria ter reduzido o rating. Se o rating de crédito deve avaliar a probabilidade de default, não faz sentido dar ao governo dos EUA qualquer outra nota a não ser AAA", afirmou estrategista-chefe de portfolio da Wells Fargo Funds Management, Brian Jacobsen.

As agências rivais Moody's e Fitch atualmente classificam os EUA como triplo A, mas ambas tem perspectiva "negativa" para o rating.

A Fitch confirmou o rating AAA em janeiro, voltando atrás na ameaça de reduzir a nota dos EUA. Isso ocorreu após o Congresso acertar um acordo para evitar o "abismo fiscal", o que poderia causar aumento de tributos e redução de gastos no valor de 600 bilhões de dólares, ameaçando a frágil economia dos EUA.

A Moody's tem mantido que observa se haverá uma melhora na relação da dívida/PIB dos EUA, apontando trajetória de queda do nível geral da dívida.

Atualizado às 13h32min.

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