Mercados

Renuka compra 51% da Equipav por US$329 mi; ações sobem

MUMBAI (Reuters) - As ações da indiana Shree Renuka, maior refinaria da Índia, deram um salto nesta segunda-feira depois que a empresa concordou em comprar no final de semana uma participação majoritária na brasileira Equipav Açúcar e Álcool, por 329 milhões de dólares. O negócio garante à indiana o fornecimento de cana mais barata e […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2010 às 22h13.

MUMBAI (Reuters) - As ações da indiana Shree Renuka, maior refinaria da Índia, deram um salto nesta segunda-feira depois que a empresa concordou em comprar no final de semana uma participação majoritária na brasileira Equipav Açúcar e Álcool, por 329 milhões de dólares.

A empresa assinou um acordo definitivo para adquirir uma participação de 51 por cento na Equipav, a segunda empresa comprada pela Renuka no Brasil.

A Equipav detém duas grandes usinas de açúcar com instalações de cogeração de energia no interior de São Paulo, principal Estado produtor do Brasil.

As usinas têm uma capacidade combinada de moagem de cana de 10,5 milhões de toneladas e uma capacidade de geração de 203 megawatts.

A empresa indiana vai expandir a capacidade de cogeração para 295 megawatts e a de moagem de cana para 12 milhões de toneladas anuais, com investimentos adicionais.

"Não temos nenhum plano de levantar dinheiro para financiar a aquisição", disse K.K. Kumbhat, diretor financeiro da Shree Renuka.

No final de dezembro de 2009, a Equipav tinha uma dívida total de 822 milhões de dólares, o que será reestruturado através de bancos brasileiros nos próximos 40 dias, disse Kumbhat.

Essa é a segunda grande aquisição da Renuka em cerca de três meses no Brasil. A empresa adquiriu a produtora de açúcar e etanol Vale do Ivaí por 82 milhões de dólares em novembro de 2009.

"Como estratégia de negócio, é muito bom. O Brasil é um produtor de baixo custo de etanol e o maior produtor de açúcar. Então, comprar ativos lá, o que vai te assegurar matéria-prima, é um bom negócio", disse Vikram Suryavanshi, analista da Karvy.

As ações da empresa chegaram a subir 6,11 por cento antes de fecharem com alta de 3,7 por cento, a 186,55 rúpias, no mercado de Mumbai, apesar de outras ações de açúcar, Bajaj Hindusthan e Balrampur Chini, terem terminado em baixa.

A aquisição vai atender a cerca de metade da necessidade de açúcar da empresa para refinarias nas costas leste e oeste da Índia, e vai torná-la a maior produtora de açúcar na Índia, disse a empresa no domingo.

A Índia, cujo apetite insaciável provocou um rali nos preços globais no ano passado, pode comprar entre 6 e 7 milhões de toneladas da produção global no ano-safra até setembro de 2010 após a pior temporada de monções em 37 anos, disseram analistas.

A aquisição "é cara, mas estrategicamente atrativa", disse Sandeep Somani, analista do HSBC Securities.

FLEXIBILIDADE OPERACIONAL
Além de poder produzir etanol diretamente da cana, a empresa planeja exportar o açúcar para o Paquistão, Bangladesh e outros importadores de açúcar branco da Ásia.

Atualmente, a Al Khaleej Sugar Co, maior refinaria do mundo, atende à demanda de outras economias asiáticas e a Renuka é considerada como uma alternativa em potencial.

"O mercado no sul da Ásia é grande. Podemos processar açúcar bruto em nossas refinarias e exportar açúcar branco para países no sul da Ásia", disse à Reuters no domingo Gautam Watve, que chefia a área de estratégia e planejamento da Renuka.

O vizinho Paquistão enfrenta um déficit de 1,2 milhão de toneladas e tem oferecido incentivos tributários para importadores, enquanto a Indonésia pode ter uma escassez de mais de 500 mil toneladas até o final de abril, depois de a produção doméstica ter recuado 11 por cento em 2009.

Acompanhe tudo sobre:AçõesÁsiaFusões e AquisiçõesÍndiaQuímica e petroquímica

Mais de Mercados

Multiplan assina memorando para vender 25% de shopping em Jundiaí por R$ 251 milhões

Petróleo cai mais de 4% de olho em China e Oriente Médio

Azul sobe 19% e lidera altas com anúncio de acordo com credores

O que está por trás do ‘banho de água fria’ da China no mercado, segundo a Gavekal