Renner, NotreDame, Netflix, pesquisa eleitoral e o que mais move o mercado
Bolsas estrangeiras caem por preocupações sobre alta de juros nos EUA; Nasdaq acumula 5% de queda na semana
Guilherme Guilherme
Publicado em 21 de janeiro de 2022 às 07h10.
Última atualização em 21 de janeiro de 2022 às 08h07.
O clima de aversão ao risco volta a predominar no mercado internacional nesta sexta-feira, 21, em meio às expectativas de alta de juros nos Estados Unidos. As bolsas de Wall Street chegaram a ensaiar recuperação no último pregão, mas sucumbiram às tensões no mercado e viraram para queda de mais de 1%. O tom negativo foi transmitido para o restante do mundo, com as bolsas da Ásia fechando em queda e as da Europa recuando mais de 1% nesta manhã.
Os índices futuros americanos operam próximos da estabilidade, com exceção do Nasdaq, que sinaliza mais um pregão de perdas. Mais sensível à taxa de juros, o Nasdaq acumula perda de 5% na semana.
A Netflix, que apresentou seus números do quarto trimestre na noite anterior, é o principal destaque de queda, desabando pouco mais de 20% no pré-mercado. A desvalorização significa mais de 40 bilhões de dólares em valor de mercado para a companhia. A desaceleração do número de assinantes, que cresceu em menor ritmo desde 2015, foi um dos pontos negativos do resultado.
No Brasil, o cenário político toma conta do radar dos investidores. De acordo com o Estado de S. Paulo, o ministro Paulo Guedes tem defendido a redução de impostos sobre o combustível no lugar do aumento salarial a servidores. A saída, porém, deve ter um custo alto do ponto de vista fiscal, segundo o que técnicos da Economia disseram ao jornal.
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Eleições
Pesquisas eleitorais também ganham as atenções do mercado brasileiro nesta sexta. Segundo o Poderdata, a vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aumentou sobre o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro. Lula aparece com 42% das intenções de voto, 2 pontos percentuais acima da última pesquisa. Bolsonaro caiu de 30% para 28%.
O petista ainda é visto com cautela entre investidores. Porém, suas últimas declarações sobre independência do Banco Central e sobre a possibilidade de aliança com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin foram bem recebidas.
Renner
O conselho da Renner (LREN3) aprovou o plano de recompra de até 18 milhões de ações da companhia, 1,82% do total em circulação no mercado. A decisão ocorre após os papéis da companhia acumularem mais de 30% de queda no período de um ano. O prazo para o encerramento do programa é de 18 meses.
NotreDame
A NotreDame (GNDI3) anunciou 1 bilhão de reais em dividendo s extraordinários, que correspondem a 1,613 real por ação. O pagamento, segundo a empresa, está condicionado à consumação da fusão com a Hapvida (HAPV3) e está previsto para 29 de março. Os dividendos serão descontados do valor a ser pago pelo resgate das ações preferenciais da Hapvida, que serão entregues aos acionistas da NotreDame na combinação de negócios.
Viveo
A Viveo (VVEO3) anunciou a aquisição da Azimut Med, referência em programa de suporte ao paciente, por 38 milhões de reais. A receita líquida da companhia é estimada em 34 milhões de reais. “A operação reforçará o ecossistema da Viveo e ampliará a atuação da no segmento de serviços”, diz o fato relevante. A conclusão da compra ainda precisa do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade.
Gafisa
A Gafisa (GFSA3) apresentou, em prévia operacional, 1,7 bilhão de reais em lançamentos em 2021, superando o guidance de 1,5 bilhão para o período. No quarto trimestre foram lançados três empreendimentos, sendo dois em São Paulo e um no Rio de Janeiro. As vendas líquidas aumentaram 46% em relação a 2020.
Helbor
A Helbor (HBOR3) aumentou seu volume de lançamentos em 133,2% para 1,513 bilhão de reais, mas não conseguiu cumprir seu guidance. O motivo, segundo a empresa, teria sido o atraso na documentação de quatro projetos, que somam 838,6 milhões de reais em valor geral de vendas (VGV).