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Redução de rating de brasileiras supera elevação, diz Fitch

Das 108 empresas brasileiras analisadas pela agência, 16% apresentam perspectiva de rating negativa, ante 6% com perspectiva positiva


	Fitch: para agência, fraqueza das condições econômicas globais deverá estimular número maior de rebaixamentos do que de elevações de notas de empresas brasileiras
 (Brendan McDermid/Reuters)

Fitch: para agência, fraqueza das condições econômicas globais deverá estimular número maior de rebaixamentos do que de elevações de notas de empresas brasileiras (Brendan McDermid/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2013 às 15h23.

São Paulo - Os rebaixamentos de ratings de companhias brasileiras superaram as elevações em 1,2 vez desde o início deste ano, segundo relatório da agência de classificação de risco Fitch, apresentado nesta quarta-feira, 09. Das 108 empresas brasileiras analisadas pela agência, 16% apresentam perspectiva de rating negativa, ante 6% com perspectiva positiva.

De acordo com a Fitch, a fraqueza das condições econômicas globais deverá estimular um número maior de rebaixamentos do que de elevações das notas de empresas brasileiras ao longo de 2014.

"Com o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 1,5% no segundo trimestre, aumentam as incertezas sobre a capacidade de a economia brasileira se expandir mais rapidamente, após o Banco Central do Brasil ter elevado as taxas de juros quatro vezes recentemente," afirmou, em nota, Debora Jalles, diretora de Finanças Corporativas da Fitch Ratings Brasil, que assina o relatório.

"Embora estas medidas possam atenuar a alta inflação e sustentar o real, que se encontra desvalorizado, elas podem reduzir ainda mais a demanda do consumidor, pressionando as margens operacionais e a rentabilidade das companhias", acrescentou.

A Fitch destacou que a alavancagem aumentou desde o início da crise econômica global. Em 31 de dezembro de 2012, o índice médio de alavancagem total ajustada das empresas brasileiras era de 4,2 vezes, enquanto o índice médio de alavancagem líquida atingiu 2,9 vezes. Em 2008, os indicadores foram de 2,9 e 2,2 vezes, respectivamente.

Outro ponto ressaltado pela agência é que o fluxo de caixa livre negativo também cresceu significativamente nos últimos dois anos, "devido ao grande volume de investimentos, que não deverão se reduzir no futuro". Segundo a Fitch, com a maior parte das empresas pagando dividendos mínimos, apenas algumas podem aumentar a liquidez diminuindo o fluxo de pagamento de dividendos. "A liquidez robusta das empresas, por outro lado, é um ponto positivo, com o índice médio caixa/dívida de curto prazo em 1,4 vez em 31 de dezembro de 2012", afirmou.

A agência diz ainda que o risco de inadimplência é pequeno, apesar dos fracos mercados de capitais. "A Fitch não prevê, para os próximos 12 meses, índices de inadimplência semelhantes aos reportados em 2008, tendo em vista a baixa exposição a instrumentos derivativos considerados prejudiciais e os saldos de caixa relativamente altos nos setores de maior risco", disse. "Os setores de aviação, de açúcar e álcool e de proteínas estão entre os que oferecem maior risco." Para a Fitch, o risco cambial, por sua vez, mostra-se administrável.

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