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Rebaixamento da nota de 2 bancos franceses põe pressão na zona do euro

As autoridades monetárias e políticas francesas se esforçaram por minimizar o significado da decisão de Moody's

Bandeira da França (Jasper Juinen/Getty Images)

Bandeira da França (Jasper Juinen/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2011 às 12h34.

Paris - O rebaixamento da classificação da agência Moody's do Crédit Agricole e Société Générale colocou nesta quarta-feira maior pressão no sistema bancário já abalado pelos mercados, mas também sobre as autoridades e concretamente nas costas do presidente francês, Nicolas Sarkozy, para buscar soluções à crise de confiança na zona do euro.

A decisão do Moody's de revisar a classificação dos grandes bancos franceses, que figuram entre os mais expostos ao risco da dívida soberana grega, já era esperada, mas apesar de tudo causou nervosismo nos mercados, que reagiram com fortes oscilações sem rumo claro.

A agência de classificação justificou a passagem da nota do Crédit Agricole de "Aa1" para "Aa2" por sua exposição à dívida grega, e o do Société Générale de "Aa2" para "Aa3" pela revisão do sistema de ajuda pública ao sistema financeiro.

Moody's não alterou a nota do outro grande banco francês, BNP Paribas, embora em comunicado detalhou que vai continuar mantendo sob controle e com perspectiva negativa como vem fazendo desde 15 de junho.

Essas três entidades marcaram os maiores descensos ao início da sessão da Bolsa de Valores de Paris, cujo índice geral começou com sinal negativo, embora desde o meio da sessão a tendência se inverteu e às 13h no horário local (8h de Brasília) ganhava 1,81%.

As autoridades monetárias e políticas francesas se esforçaram por minimizar o significado da decisão de Moody's e insistir na solidez dos bancos do país.


O presidente do Banco Central da França, Christian Noyer, destacou que "os bancos franceses conservam nota excelente e estão ao nível dos grandes bancos europeus", ressaltando que não é preciso nenhum discurso e que uma nacionalização "não teria nenhum sentido".

A partir do Governo, o ministro de Assuntos Europeus, Jean Leonetti, e o de Indústria, Éric Besson, garantiram que os bancos franceses são solventes, não estão em risco e, portanto, os cidadãos "não devem inquietar-se".

Besson e Leonetti lembraram que as entidades financeiras passaram com "sucesso" pelos testes de estresse europeus, cujos resultados foram publicados em julho, e o primeiro vinculou os ataques sofridos na bolsa a "uma especulação totalmente irracional" e dirigida por "os rumores".

O titular de Assuntos Europeus afirmou que a Grécia não vai quebrar nem sairá da zona do euro porque se cumpridos esses cenários não só "os gregos perderiam 30% de seu poder aquisitivo", mas "a zona do euro abriria espaço para um jogo que no futuro pode levar os especuladores atacariam à Espanha, depois à Itália e por que não Portugal".

Na mesma linha, a porta-voz do Governo, Valérie Pécresse, contou ao fim do conselho de ministros que tanto Sarkozy como seu primeiro-ministro, François Fillon, haviam "reafirmado a determinação da França para fazer o possível para salvar à Grécia".

Pécresse precisou que no conselho de ministros "reafirmou a solidez da parceria franco-alemã" em defesa da zona do euro, mas também insistiu na necessidade de aplicar todo o pacote adotado na cúpula europeia de 21 de julho e em que haja "contrapartidas" por parte da Grécia.

Esta última questão, indicou a porta-voz, estará no centro da teleconferência entre Sarkozy, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, programada para esta tarde no fechamento das bolsas europeias

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