Iuane deve avançar 4% frente ao dólar nos próximos 12 meses (AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2011 às 19h45.
São Paulo - O iuane deve subir 4 por cento frente ao dólar nos próximos 12 meses, tornando a moeda chinesa a de desempenho mais forte entre os Brics, mostrou uma pesquisa da Reuters.
À medida que a economia chinesa se expande com reservas internacionais crescentes, o iuane deve dar sequência à valorização vista desde que foi desatrelado do dólar, há pouco mais de um ano.
Pesquisa com 36 estrategistas e analistas, feita em grande parte antes do banco central chinês elevar o juro pela terceira vez no ano, apontou o iuane negociado a 6,40 em três meses, 6,30 em seis meses e 6,20 em 12 meses.
Essas previsões se comparam a 6,45, 6,38 e 6,24 na pesquisa trimestral anterior.
"A moeda (chinesa) está numa tendência clara de apreciação de médio prazo", disse Robert Minikin, estrategista sênior de câmbio do Standard Chartered em Hong Kong.
Ele acrescentou que a China pode ampliar a banda de negociação entre o iuane e o dólar em breve, num esforço para tornar o câmbio mais flexível e baseado nas forças de mercado.
Mas a China, maior exportador mundial, não deve permitir uma apreciação forte do iuane.
Lu Zhengwei, economista-chefe no Industrial Bank em Xangai, afirmou que usar uma alta do iuane para enfrentar a inflação importada pode ser um tiro pela culatra, à medida que pode estimular fluxo de capital especulativo e acelerar mais os preços.
O real tem sido a moeda mais valorizada entre os quatro países do Bric nos últimos meses, tendo avançado mais de 6 por cento desde o início do ano e alcançado a máxima em 12 meses, ao redor de 1,55 real por dólar.
Segundo a pesquisa da Reuters, o real deve continuar praticamente estável em 1,57 por dólar até o final deste mês e chegar a 1,60 em seis meses. Em 12 meses, a cotação deve ser de 1,63 dólar.
Nesta quinta-feira, o dólar estava em 1,556 real.
O programa de compra de ativos do Tesouro norte-americano, conhecido como a segunda rodada do "quantitative easing", inundou os mercados mundiais com capital e fez o dólar se enfraquecer. O programa terminou em 30 de junho.
Parte desses recursos foi investida no Brasil, onde a taxa básica de juros de 12,25 por cento ao ano e a economia crescendo oferecem mais retorno.
As estimativas para o real baseiam-se em quão rapidamente investidores e economistas esperam que a liquidez injetada no mercado será drenada e quando o juro dos Estados Unidos irão subir.
"O mercado está totalmente focado na liquidez e nas taxas de juros dos EUA", disse Diego Donadio, estrategista de câmbio e juro do BNP Paribas em São Paulo.
"Nós não esperamos que os EUA aumentem as taxas e reduzam a liquidez antes de algum momento em 2012 e, até que isso aconteça, há pouco que se pode fazer para que o real se enfraqueça seriamente." As apostas de estrangeiros em ganhos adicionais da moeda brasileira também alcançaram níveis recordes.
A pesquisa mostrou ainda que a rúpia pode subir cerca de 1 por cento frente ao dólar no próximo ano.
O rublo deve se apreciar levemente no curto prazo, antes de voltar aos níveis atuais no próximo ano.