Entre 43 países avaliados, o Brasil ficou em 29º lugar, prejudicado, principalmente, pelas medidas de controle de capital adotadas nos últimos anos (SXC.hu)
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2011 às 20h28.
São Paulo - O real pode ser a moeda preferida dos investidores internacionais para os lucros de curtíssimo prazo, mas fica atrás de moedas do Peru, Malásia, Hungria e Croácia, além de vários países desenvolvidos, como refúgio seguro para o dinheiro em caso de estourar uma nova crise financeira. É o que mostra um estudo feito por analistas da corretora japonesa Nomura Securities, que elaborou um ranking de moedas mais seguras para os investimentos. Entre 43 países avaliados, o Brasil ficou em 29º lugar, prejudicado, principalmente, pelas medidas de controle de capital adotadas nos últimos anos.
O dólar americano, mesmo depois de os Estados Unidos terem perdido a nota máxima AAA de classificação de risco pela agência de rating Standard & Poor's (S&P), permanece no primeiro lugar como moeda mais segura para investir, seguida do iene japonês e do euro. O último lugar ficou com a coroa da Islândia, país símbolo da crise financeira mundial de 2008, que sucumbiu a uma dívida bancária dez vezes o tamanho da sua economia, resultando numa desvalorização da moeda superior a 80% e a adoção de rígido controle cambial.
Na América Latina, a melhor colocação coube ao peso do Chile, seguido pelo novo sol do Peru e o peso do México, enquanto que o peso argentino teve a pior avaliação na região. As moedas latinas, no geral, tiveram avaliação fraca em razão de problemas com inflação, classificação de risco da dívida soberana e critérios de governança, apontou o estudo.
"Apesar de ter um balanço de pagamentos ainda sólido, o Brasil perdeu várias posições quando avaliamos a questão da flexibilidade e da conversibilidade do real em razão das medidas adotadas recentemente (de controle cambial) e que amedrontam os investidores, que temem o risco de medidas adicionais no futuro", disse em entrevista à Agência Estado Peter Attard Montalto, um dos analistas que assinam o estudo da Nomura Securities. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.