R$ 2,10: o novo teto informal para o dólar. Saiba o porquê
Novo nível da moeda americana pode ser um dos últimos recursos do governo para estimular a economia
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2012 às 17h19.
São Paulo - Com o dólar em alta desde outubro, o Banco Central (BC) parece ter elevado a banda de movimentação da moeda de ente 2 e 2,05 reais para 2,05 e 2,10 reais.
Segundo o economista Sidnei Moura Nehme, diretor executivo da NGO Corretora, há um problema de liquidez no mercado à vista que vem aumentando desde maio e exerce pressão sobre o preço da moeda. O dólar fechou o dia em alta de 0,43%, cotado a 2,094 reais, maior cotação em 3 anos e meio.
Economia
Além disso, aumentar o dólar é do interesse do governo para dar mais um incentivo para o setor industrial, é, na verdade, visto como um dos últimos recursos para estimular a economia do país já que os indicadores continuam fracos – a produção industrial deve cair 3% em relação ao ano passado.
Outro indicador que corrabora a visão de que nossa economia não vai se recuperar no curto prazo é o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central, considerado uma espécie de sinalizador PIB), que caiu 0,52% em setembro frente à agosto.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que tenha aceito um novo patamar. Segundo ele, o real teve uma “flutuação normal” e reflete o movimento de outras moedas no exterior.
Crescimento
A percepção é de que o modelo de consumo estimulado pelo crédito, bancado principalmente pelos bancos oficias, não tem dado conta sozinho de guiar a recuperação. O cenário mundial é ainda mais desanimador.
O abismo fiscal nos Estados Unidos – que depende de um acordo político para ser resolvido e que pode reduzir o PIB americano em 4%-, a crise de dívida na Europa e as tensões geopolíticas no Oriente Médio contribuem para a incerteza nas perspectivas.
“A taxa cambial é o instrumento que resta ao governo para motivar a indústria nacional a reativar suas vendas externas, ganhar competitividade com o produto importado no mercado interno e passar a realizar investimentos e gerar empregos e arrecadação”, diz o economista.
O BC divulgou hoje uma Carta Circular onde estipula as regras para o leilão de moedas. “O que o governo quis dizer com essa carta é que 2,10 reais é o teto, se passar disso ele vai intervir”, diz. Na opinião dele, essa mensagem do BC confirma a mudança de banda.
Ele não descarta, ainda, que em 2013 o governo permita que o dólar suba ainda mais, como mecanismo para alcançar o crescimento de 4% a 4,5% desejado pelo governo.
São Paulo - Com o dólar em alta desde outubro, o Banco Central (BC) parece ter elevado a banda de movimentação da moeda de ente 2 e 2,05 reais para 2,05 e 2,10 reais.
Segundo o economista Sidnei Moura Nehme, diretor executivo da NGO Corretora, há um problema de liquidez no mercado à vista que vem aumentando desde maio e exerce pressão sobre o preço da moeda. O dólar fechou o dia em alta de 0,43%, cotado a 2,094 reais, maior cotação em 3 anos e meio.
Economia
Além disso, aumentar o dólar é do interesse do governo para dar mais um incentivo para o setor industrial, é, na verdade, visto como um dos últimos recursos para estimular a economia do país já que os indicadores continuam fracos – a produção industrial deve cair 3% em relação ao ano passado.
Outro indicador que corrabora a visão de que nossa economia não vai se recuperar no curto prazo é o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central, considerado uma espécie de sinalizador PIB), que caiu 0,52% em setembro frente à agosto.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que tenha aceito um novo patamar. Segundo ele, o real teve uma “flutuação normal” e reflete o movimento de outras moedas no exterior.
Crescimento
A percepção é de que o modelo de consumo estimulado pelo crédito, bancado principalmente pelos bancos oficias, não tem dado conta sozinho de guiar a recuperação. O cenário mundial é ainda mais desanimador.
O abismo fiscal nos Estados Unidos – que depende de um acordo político para ser resolvido e que pode reduzir o PIB americano em 4%-, a crise de dívida na Europa e as tensões geopolíticas no Oriente Médio contribuem para a incerteza nas perspectivas.
“A taxa cambial é o instrumento que resta ao governo para motivar a indústria nacional a reativar suas vendas externas, ganhar competitividade com o produto importado no mercado interno e passar a realizar investimentos e gerar empregos e arrecadação”, diz o economista.
O BC divulgou hoje uma Carta Circular onde estipula as regras para o leilão de moedas. “O que o governo quis dizer com essa carta é que 2,10 reais é o teto, se passar disso ele vai intervir”, diz. Na opinião dele, essa mensagem do BC confirma a mudança de banda.
Ele não descarta, ainda, que em 2013 o governo permita que o dólar suba ainda mais, como mecanismo para alcançar o crescimento de 4% a 4,5% desejado pelo governo.