Quem pode surpreender na temporada de resultados
Analistas avaliam as empresas que devem surpreender, positiva e negativamente, o mercado com os resultados financeiros do segundo trimestre de 2015
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2015 às 06h08.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h37.
São Paulo - A divulgação dos resultados financeiros do segundo trimestre de 2015 das empresas deve agitar o mercado a partir desta quarta-feira. Exame.com conversou com Paulo Figueiredo, diretor de operações da FN Capital, e Paulo Cabral Bastos, operador da mesa institucional da Gradual Investimentos, para saber as empresas que devem surpreender o mercado, seja para o lado positivo ou negativo. Confira a seguir.
Analistas esperam bons resultados da varejista, apesar do cenário de retração econômica. "A Renner costuma apresentar resultados melhores que as concorrentes", afirma Paulo Bastos, operador da mesa institucional da Gradual Investimentos. Em uma apresentação recente a analistas, José Galló, presidente da Renner , disse que a varejista manteve o ritmo de crescimento de dois dígitos nas vendas, mas já adiantou que não apresentará resultados semelhantes ao primeiro trimestre de 2015, em que a companhia teve alta de 24% na receita.
A expectativa com os resultados da EcoRodovias também é positiva. Vale lembrar, que apesar do otimismo, no primeiro trimestre desse ano, a companhia registrou uma queda de 90% no lucro, em comparação com os 288 milhões de reais do mesmo período do ano passado. A diminuição aconteceu devido a um forte aumento nas despesas financeiras.
A credenciadora de cartões Cielo deve trazer resultados positivos, segundo analistas. No primeiro trimestre de 2015 a companhia registrou um lucro líquido de 911 milhões de reais, um crescimento de 13,6% em relação ao mesmo período de 2014.
Animados com os resultados positivos dos programas de fidelidade durante o primeiro trimestre de 2015, analistas acreditam que os números desse segundo trimestre devem ser igualmente positivos. Nos primeiros três meses de 2015, a Multiplus , empresa de programas de fidelidade controlada pela TAM , reportou um lucro líquido de mais de 100 milhões de reais, um valor 34,1% superior ao mesmo período do ano anterior.
Ainda entre as empresas de programa de fidelidade, analistas esperam resultados positivos da Smiles , controlada pela GOL .
No primeiro trimestre de 2015, o destaque se deu na receita líquida da companhia, que cresceu 31%, para 246 milhões de reais e também no lucro operacional, que teve um aumento de 24%.
Já entre os resultados negativos esperados pelos analistas, o maior pessimismo é com a incorporadora e construtora Cyrela . Os resultados do primeiro trimestre da companhia exibiram uma queda de 21,2% na receita líquida. O Ebitda caiu 36,9% para 154 milhões de reais, na comparação com o mesmo período de 2014.
A fabricante de alimentos BRF , dona da Sadia e Perdigão , também não deve apresentar bons resultados, segundo analistas. No primeiro trimestre de 2015, o lucro líquido de 462 milhões de reais da companhia foi impulsionado pela valorização do dólar ante o real, que mais do que compensou a queda nas vendas da região do Oriente Médio , África e Ásia . O desempenho da companhia também foi inferior na relação de número de pedidos no Brasil e no restante da América Latina e na Europa.
Os resultados já divulgados pelo grupo varejista francês Casino , que controla o Grupo Pão de Açúcar (GPA), não foram suficientes para que analistas tirassem o GPA da lista de resultados não satisfatórios. Segundo relatório do grupo Casino, o GPA teve alta de 6% nas vendas líquidas, chegando ao valor de 16,1 bilhões de reais. Já a receita líquida “mesmas lojas” recuou 2,9% nesse segundo trimestre, com destaque para a Via Varejo , que teve uma queda de 23,5% nesse indicador.
Analistas da Gradual Investimentos também não esperam grandes resultados da fabricante de cigarros Souza Cruz . Nos primeiros três meses de 2015 o lucro líquido da companhia foi de 469,4 milhões de reais, um aumento de 3,1% em comparação aos três primeiros meses de 2014. Mas o volume de vendas da companhia caiu 11,4%, na mesma comparação.
A segunda maior fabricante de papel e celulose do mundo não deve apresentar resultados muito bons, de acordo com analistas. No primeiro trimestre de 2015, a Suzano registrou prejuízo de 762,5 milhões de reais, enquanto que, no mesmo período de 2014, obteve um lucro de 201 milhões. A perda ocorreu devido a desvalorização do real frente ao dólar. A alta no dólar afetou o pagamento das dívidas da companhia, ocasionando um impacto negativo de 1,29 bilhão de reais no resultado da Suzano.
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