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Quem está ganhando na disputa entre Airbus (AIRB34) e Boeing (BOEI34)?

Na competição para a liderança global do setor de aviação civil a fabricante europeia está na frente da rival americana

Airbus (AIRB34) (Bobby Yip/Reuters/Reuters)
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Carlo Cauti

Publicado em 28 de julho de 2022 às 12h44.

Última atualização em 28 de julho de 2022 às 12h45.

As maiores fabricantes de aviões comerciais do mundo, Airbus (AIRB34) e Boeing (BOEI34), divulgaram nos últimos dias os resultados do segundo trimestre de 2022.

Os números mostram como, na competição para a liderança global do setor de aviação civil, a Airbus está na frente da rival Boeing.

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No final de junho de 2022, a Airbus registrou uma carteira de pedidos de 7.046 aeronaves. Mais de 50% superior a carteira de 4.200 aviões encomendados pela Boeing.

Nos primeiros seis meses do ano, a fabricante europeia entregou 297 aeronaves e registrou 259 pedidos líquidos. Por sua vez, a concorrente americana entregou 216 aviões e registrou 205 pedidos líquidos.

Por outro lado, o faturamento da Boeing foi de US$ 16 bilhões contra os US$ 13 bilhões registrados pela Airbus.

Mas mesmo com esse faturamento menor, os lucros da Airbus foram cinco vezes superiores aos da Boeing, sendo de US$ 660 milhões da europeia contra os US$ 160 milhões da americana.

No semestre, essa diferença aparece ainda mais claramente, com a Airbus que obteve um lucro líquido de US$ 1,8 bilhão contra o prejuízo da Boeing de US$ 1,08 bilhão.

Esse resultado negativo da fabricante americana foi maior do que o esperado por causa, principalmente, de uma queda na atividade de defesa e pesadas provisões que foi forçada a realizar em alguns programas, como o do futuro drone de reabastecimento da Marinha dos EUA, o MQ-25.

A crise provocada pelos problemas do Boeing 737 MAX Dreamliner, agora autorizado a voar em todos os continentes, está diminuindo, mas ainda pesa no balanço da Boeing.

Otimismo da Boeing (BOEI34) com o futuro

Ainda assim, a diretoria da Boeing se demonstrou otimista.

As encomendas recebidas na feira aérea de Farnborough aumentaram a moral da administração da gigante americana, assim como a retomada das entregas do 737 MAX Dreamliner, que alcançaram 31 exemplares por mês.

As entregas do Dreamliner foram interrompidas por mais de um ano por inspeções e reparos para corrigir defeitos de fabricação e a Boeing ainda precisa gastar cerca de US$ 2 bilhões em provisões no programa.

“O 737 MAX está de volta ao jogo, o pior da crise do Covid ficou para trás e esperamos gerar fluxo de caixa positivo ao longo do ano”, resumiu o CEO da Boeing, David Calhoun.

O tão esperado sucesso do segundo voo de teste da cápsula espacial Starliner também deu um alivio para o grupo.

Entretanto, a Boeing está lutando para lidar uma série de problemas: gargalos na cadeia de suprimentos, escassez de mão de obra e inflação.

“Mesmo com forte demanda, não buscaremos aumentar as taxas de produção ou acelerar nosso sistema”, escreveu o CEO em uma mensagem aos funcionários.

Airbus (AIRB34) preocupada com o mercado

As mesmas preocupações enfrentadas pela Airbus.

O CEO da fabricante europeia, Guillaume Faury, revisou para baixo o objetivo de entregar aeronaves este ano, de 720 para 700 unidades.

Por outro lado, o executivo está pressionando o seu time para acelerar o máximo possível as entregas e está obcecado em aumentar a taxa de produção de aviões.

Todavia, por causa das contingências complicadas do mercado, a Airbus adiou em seis meses o objetivo de entregar 45 aviões por mês da família do A320, passando do segundo semestre de 2023 para o início de 2024.

A empresa ainda tem a meta de produzir 75 aeronaves de corredor único por mês em 2025.

Considerando os números do primeiro semestre, a Airbus tem uma vantagem competitiva nessa corrida para a maior produção: mais recursos financeiros disponíveis. E isso poderia fazer toda a diferença na disputa com a Boeing.

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