Próxima alta dos juros do Fed pode ser a última, diz Bernanke
Investidores parecem concordar e precificam quase em 100% um aumento da taxa básica na reunião do Fed de 25 a 26 de julho
Agência de notícias
Publicado em 21 de julho de 2023 às 10h02.
O amplamente esperado aumento dos juros pelo Federal Reserve na semana que vem pode ser o último em sua atual campanha de aperto de crédito, disse o ex-presidente do Fed Ben Bernanke.
“Parece muito claro que o Fed aumentará outros 25 pontos-base em sua próxima reunião”, disse Bernanke na quinta-feira em um webinar organizado pela Fidelity Investments. “É possível que essa alta em julho seja a última.”
Próxima reunião do FED
Investidores parecem concordar e precificam quase em 100% um aumento da taxa básica na reunião do Fed de 25 a 26 de julho, com chances limitadas de uma alta adicional depois disso, de acordo com negociações no mercado futuro de fundos federais.
Falando como consultor sênior da Pacific Investment Management Co., Bernanke disse que vê a inflação em queda “de forma mais duradoura”, para a faixa de 3% a 3,5% nos próximos seis meses, em meio à desaceleração dos reajustes dos aluguéis e menores preços dos automóveis.
“Vamos chegar a 3 (%), um pouco mais de 3 (%) no início do ano que vem, e então acho que o Fed levará algum tempo para alcançar a meta de 2%”, disse Bernanke.
O índice de preços de despesas com consumo pessoal (PCE), o indicador de inflação mais acompanhado pelo Fed, subiu 3,8% em maio em relação ao ano anterior. O núcleo do PCE – que exclui os custos de alimentos e energia e que as autoridades do Fed julgam ser mais representativo das tendências subjacentes – avançou 4,6%.
Bernanke disse que o Fed tende a querer ver um melhor equilíbrio entre demanda e oferta no nível de emprego antes de declarar vitória em sua batalha contra a inflação. “Ainda está muito aquecido”, disse sobre o mercado de trabalho.
Embora o número de postos de trabalho tenha encolhido, ainda há cerca de 1,6 vaga aberta para cada pessoa desempregada.
O ex-presidente do Fed sugeriu que os EUA provavelmente vão enfrentar uma desaceleração como parte do preço de reduzir a inflação, embora tenha enfatizado que qualquer recessão deve ser leve.
“O que veremos é um aumento muito modesto do desemprego e uma desaceleração da economia”, projetou. “Mas eu ficaria muito surpreso em ver uma recessão profunda no próximo ano.”