Por que os gringos estão saindo da bolsa?
Fluxo negativo em 2012 chega a 3,1 bilhões de dólares
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2012 às 05h12.
São Paulo – Os investidores estrangeiros estão de saída da bolsa brasileira. É verdade que a participação percentual deles está crescendo, mas o volume financeiro não é mais como outrora. A saída de 3,1 bilhões de dólares pode fazer com que 2012 feche a conta no negativo.
Seria o segundo ano consecutivo de saídas, fato que só foi visto entre 2007 e 2008, auge da crise mundial. Naqueles anos de terror financeiro aproximadamente 30 bilhões de dólares voltaram para os colchões de quem precisava pagar as contas fora daqui.
“O Brasil continua a ser um ponto de interrogação para os investidores estrangeiros”, ressaltam os analistas do JP Morgan, Emy Shayo Cherman, Pedro Martins Junior, Nur Cristiani, Diego Celedon e Arjun A Bhatia.
Isolado
“O que é interessante observar é que o fluxo do Brasil (e América Latina) está contra a tendência dos mercados emergentes, que têm visto fortes entradas em 2012”, explicam.
Para o banco, fatores globais ajudam a explicar o cenário, mas são os problemas internos que ajudaram a pesar a balança para o lado do receio dos investidores. A bolsa brasileira é uma das mais voláteis e uma das que mais tem exposição às commodities.
“Afora as outras preocupações globais, os fatores domésticos também pesaram bastante significativamente em duas frentes”, afirmam.
1– Crescimento
“Primeiro, o descontentamento com crescimento do PIB levou os investidores a questionar o modelo brasileiro e, especialmente, sobre se o crescimento sustentável de longo prazo, ou em torno de 4%, é possível”, explicam.
Os analistas admitem que as políticas atuais, como a de manter o dólar acima de 2 reais, juro real em nível recorde (2%), 45 bilhões de reais em cortes de impostos e os esforços do governo em reduzir os custos para se fazer negócios no país podem levar a um melhor cenário em 2013.
“Ainda assim, existe bastante ceticismo sobre a magnitude e ‘timing’ dessa recuperação, mantendo os investidores de fora até que isso se materialize”, observam. O último relatório Focus, do Banco Central, mostrou um corte nas projeções para o PIB em 2012 e 2013.
2– Ativismo do governo federal
O JP Morgan avalia que agora está bastante claro que vários setores sofreram bastante com a intervenção estatal. A primeira investida se deu em abril, quando a presidente Dilma Rousseff começou a questionar os altos spreads cobrados pelos bancos e a utilizar os estatais Banco do Brasil e a Caixa para forçar uma reavaliação dos juros no setor.
Além disso, em julho, a Anatel proibiu as vendas de novos planos das companhias telefônicas. Depois, em setembro, foi a vez da polêmica mudança nas regras das concessões do setor elétrico.
“A nossa visão é de que essas incertezas provocadas pelas mudanças regulatórias mantiveram os investidores afastados do Brasil, mas poderiam, ao final, trazer retornos positivos no médio e longo prazo já que as imperfeições estruturais estão sendo abordadas e poderiam resultar em um crescimento mais elevado no longo prazo”, opinam os analistas do JP Morgan.
São Paulo – Os investidores estrangeiros estão de saída da bolsa brasileira. É verdade que a participação percentual deles está crescendo, mas o volume financeiro não é mais como outrora. A saída de 3,1 bilhões de dólares pode fazer com que 2012 feche a conta no negativo.
Seria o segundo ano consecutivo de saídas, fato que só foi visto entre 2007 e 2008, auge da crise mundial. Naqueles anos de terror financeiro aproximadamente 30 bilhões de dólares voltaram para os colchões de quem precisava pagar as contas fora daqui.
“O Brasil continua a ser um ponto de interrogação para os investidores estrangeiros”, ressaltam os analistas do JP Morgan, Emy Shayo Cherman, Pedro Martins Junior, Nur Cristiani, Diego Celedon e Arjun A Bhatia.
Isolado
“O que é interessante observar é que o fluxo do Brasil (e América Latina) está contra a tendência dos mercados emergentes, que têm visto fortes entradas em 2012”, explicam.
Para o banco, fatores globais ajudam a explicar o cenário, mas são os problemas internos que ajudaram a pesar a balança para o lado do receio dos investidores. A bolsa brasileira é uma das mais voláteis e uma das que mais tem exposição às commodities.
“Afora as outras preocupações globais, os fatores domésticos também pesaram bastante significativamente em duas frentes”, afirmam.
1– Crescimento
“Primeiro, o descontentamento com crescimento do PIB levou os investidores a questionar o modelo brasileiro e, especialmente, sobre se o crescimento sustentável de longo prazo, ou em torno de 4%, é possível”, explicam.
Os analistas admitem que as políticas atuais, como a de manter o dólar acima de 2 reais, juro real em nível recorde (2%), 45 bilhões de reais em cortes de impostos e os esforços do governo em reduzir os custos para se fazer negócios no país podem levar a um melhor cenário em 2013.
“Ainda assim, existe bastante ceticismo sobre a magnitude e ‘timing’ dessa recuperação, mantendo os investidores de fora até que isso se materialize”, observam. O último relatório Focus, do Banco Central, mostrou um corte nas projeções para o PIB em 2012 e 2013.
2– Ativismo do governo federal
O JP Morgan avalia que agora está bastante claro que vários setores sofreram bastante com a intervenção estatal. A primeira investida se deu em abril, quando a presidente Dilma Rousseff começou a questionar os altos spreads cobrados pelos bancos e a utilizar os estatais Banco do Brasil e a Caixa para forçar uma reavaliação dos juros no setor.
Além disso, em julho, a Anatel proibiu as vendas de novos planos das companhias telefônicas. Depois, em setembro, foi a vez da polêmica mudança nas regras das concessões do setor elétrico.
“A nossa visão é de que essas incertezas provocadas pelas mudanças regulatórias mantiveram os investidores afastados do Brasil, mas poderiam, ao final, trazer retornos positivos no médio e longo prazo já que as imperfeições estruturais estão sendo abordadas e poderiam resultar em um crescimento mais elevado no longo prazo”, opinam os analistas do JP Morgan.