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Plano de recapitalizar bancos faz juros futuros subirem

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2012 estava em 11,205%, de 11,19% no ajuste de sexta-feira

Pregão da Bovespa (Marcel Salim/EXAME.com)

Pregão da Bovespa (Marcel Salim/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2011 às 17h24.

São Paulo - O mercado futuro de juros se ajustou hoje a cortes de 0,50 ponto porcentual na Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). Contribuiu para esse quadro a expressiva melhora do ambiente externo, depois que a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmaram, neste fim de semana, terem chegado a um acordo para um plano de recapitalização dos bancos da região. Esse fato, somado às recentes declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que ajustes moderados na taxa básica são condizentes com a estratégia de levar a inflação para o centro da meta em 2012, fez as taxas projetadas pelos DIs subirem, acompanhando a valorização dos ativos em âmbito global.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2012 (36.145 contratos) estava em 11,205%, de 11,19% no ajuste de sexta-feira. O DI janeiro de 2013, com giro de 327.485 contratos, subia a 10,49%, de 10,43% no ajuste, enquanto o DI janeiro de 2014 (28.920 contratos) projetava 10,79%, de 10,71%. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (9.160 contratos) apontava 11,24%, de 11,20% na sexta-feira, e o DI janeiro de 2021 (1.180 contratos) marcava a máxima de 11,26%, ante 11,22%.

Ontem, após encontro em Berlim, Merkel e Sarkozy disseram estar "determinados a fazer o necessário para garantir a recapitalização dos bancos europeus". Apesar de não detalharem a proposta, os mercados se mostraram aliviados em relação ao andamento da crise bancária e de dívida dos países da zona do euro.

Sarkozy e Merkel indicaram que o plano vai incluir a recapitalização dos bancos europeus ameaçados por um possível default da Grécia, além de mudanças nos atuais tratados da União Europeia para acelerar a integração dos 17 países da zona do euro. Com isso, bolsas e commodities operaram em alta. O petróleo WTI para novembro subiu 2,93%, a US$ 85,41 por barril na Nymex. O contrato de cobre para três meses na London Metal Exchange (LME) avançou 1,71%. As matérias-primas agrícolas também se valorizaram.


Na esfera doméstica, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) anunciou que a primeira prévia do IGP-M de outubro ficou em 0,45%, próximo à variação apurada em igual prévia de setembro (0,43%) e no piso das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções. Dentro do indicador, o IPC-M passou de 0,42% na primeira prévia de setembro para uma variação de 0,08% em igual prévia de outubro, ajudado pela queda de 0,55% do grupo Alimentação. O IPC-S, também divulgado pela FGV, subiu 0,50% até a quadrissemana finalizada em 7 de outubro, taxa idêntica à apurada no resultado anterior do indicador, referente à quadrissemana finalizada em 30 de setembro.

No campo das expectativas, a pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central, mostrou que os analistas voltaram a elevar sua estimativa para o IPCA em 2012, que passou de 5,53% para 5,59%, se afastando ainda mais do centro da meta de inflação, de 4,50%. A previsão para o IPCA em 2011 seguiu em 6,52%, seguindo acima do teto da meta de inflação, de 6,50%.

Veja detalhes sobre o mercado de juros logo mais no Cenário-2. )

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