Segundo o diretor financeiro da empresa, a contínua aproximação do mercado "é saudável e conveniente" (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2011 às 12h35.
Rio - O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, destacou hoje que, apesar do caixa elevado, proporcionado principalmente pela capitalização da companhia no ano passado, não estão descartadas novas capitalizações. Segundo ele, a petrolífera já foi ao mercado no início do ano e captou cerca de US$ 6 bilhões junto a bancos internacionais. Além disso, segundo Barbassa, houve operações bilaterais que elevaram este valor entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões.
"Temos nível de liquidez extraordinário hoje, mas vamos continuar buscando oportunidades de captação. É saudável e conveniente que nos aproximemos do mercado gradativa e continuamente", disse ele, em entrevista coletiva sobre os números da companhia no primeiro trimestre do ano.
Segundo Barbassa, os resultados do primeiro trimestre tiveram impacto de R$ 2 bilhões. "Isso significa que tivemos um impacto contábil de R$ 2 bilhões sobre nossas dívidas em dólar. Ou seja, não quer dizer que entrou este dinheiro em caixa, mas que reduzimos nossa dívida nesta proporção", afirmou.
Preços
Barbassa admitiu ainda que os preços domésticos têm certa defasagem em relação ao custo internacional, mas ressaltou que, "na prática", os valores no Brasil acompanham o contrato futuro do petróleo tipo Brent em um ritmo mais lento. Apresentando à imprensa tabela relativa aos preços de realização durante todo o ano de 2010 e do preço médio da companhia e do médio praticado nos Estados Unidos durante os anos de 2008, 2009 e 2010, Barbassa apontou que, em alguns momentos, o preço no País esteve acima do verificado no exterior. "Mas há convergência em alguns pontos e compensação."
Segundo a tabela, o preço médio da Petrobras no ano passado ficou em R$ 158,26 o barril, ante R$ 150,67 nos Estados Unidos. No primeiro trimestre deste ano, o preço médio de realização da Petrobras foi de R$ 163,58 e o preço médio dos Estados Unidos foi de R$ 180,54.
A alta no País foi influenciada tanto pelo repasse do preço internacional do barril para alguns produtos no mercado interno (QAV e nafta), quanto pela valorização do real ante o dólar. Em geral, disse Barbassa, houve crescimento do preço médio de venda no mercado interno e externo, o que contribuiu para aumentar a receita operacional em 1%.