Mercados

Perdão de dívida grega ativa seguros de falta de pagamento

Os seguros de falta de pagamento de dívida no caso da Grécia chegam a cerca de US$ 3,2 bilhões

O Eurogrupo concluiu nesta sexta-feira que com esta percentagem de aceitação do perdão podem ser efetivadas as ajudas públicas ao segundo plano de resgate da Grécia (Louisa Gouliamaki/AFP)

O Eurogrupo concluiu nesta sexta-feira que com esta percentagem de aceitação do perdão podem ser efetivadas as ajudas públicas ao segundo plano de resgate da Grécia (Louisa Gouliamaki/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de março de 2012 às 18h29.

Londres - O perdão da dívida grega ativou os seguros de falta de pagamento (CDS), depois que a Associação Internacional de Permutas e Derivados (Isda) determinou nesta sexta-feira que houve um 'evento creditício' (credit event), o que implica uma falta de pagamento de fato.

Os seguros de falta de pagamento de dívida no caso da Grécia chegam a cerca de US$ 3,2 bilhões.

Segundo um comunicado divulgado em Londres, a Isda, encarregada de supervisionar o mercado de derivados financeiros, concordou 'por unanimidade' que houve um 'evento creditício' em relação à reestruturação da dívida grega.

Na prática, isso significa que a decisão da Grécia de ativar as Cláusulas de Ação Coletiva (CAC), para obrigar a adesão ao processo de reestruturação de sua dívida àqueles credores que não se comprometeram de forma voluntária, implica uma falta de pagamento de fato.

O Comitê da Isda emitiu sua sentença depois que um agente do mercado levantou a questão de a Grécia ter sofrido um 'evento creditício' para executar o pagamento dos seguros contra falta de pagamento (CDS) associados à dívida grega.

O pagamento não é imediato e a quantidade exata a abonar será determinada em processo de leilão que deve acontecer nas próximas semanas, segundo o protocolo do organismo.

No último dia 1º de março, esse comitê da Isda decidiu por unanimidade que a troca da dívida pactuada com o governo de Atenas não representava ainda um 'evento creditício', motivo pelo qual não se executou o pagamento dos seguros gregos.

A Autoridade de Gestão da Dívida Pública (PDMA) da Grécia informou hoje que 95,7% dos credores do país participarão do perdão dos 206 bilhões de euros em dívida a reestruturar, estipulado nesta semana.

Segundo a PDMA, os credores que representam 85,8% da dívida em poder do governo grego (152 bilhões de euros) aceitaram aderir de forma voluntária, enquanto os demais (25 bilhões de euros) se verão obrigados a aceitar o perdão pela ativação por parte do governo grego das CAC.

Isto permitirá que os 177 bilhões de euros sob soberania helena se reestruturem, o que, somado aos bônus em mãos de outros países que seguirão o mesmo caminho, eleva o total para 197 bilhões, 95,7% dos 206 bilhões que foram ofertados para o perdão.

O Eurogrupo concluiu nesta sexta-feira que com esta percentagem de aceitação do perdão podem ser efetivadas as ajudas públicas ao segundo plano de resgate da Grécia no valor de 130 bilhões de euros. 

Acompanhe tudo sobre:CACCDSCrise econômicaCrise gregaEuropaGréciaMercado financeiroPiigs

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado