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Pequenas na bolsa dão um banho nas tradicionais do mercado

Diferença chega a 12 pontos percentuais na comparação com o principal índice da bolsa

Ações ligadas ao setor doméstico explicam o melhor desempenho do índice das small caps (Luiz Iria/EXAME.com)

Ações ligadas ao setor doméstico explicam o melhor desempenho do índice das small caps (Luiz Iria/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2012 às 06h12.

São Paulo – As empresas de baixa capitalização de mercado têm dado um banho nas gigantes da bolsa em 2012. O índice Small Cap (SMLL), que acompanha o desempenho das ações das companhias menores, subiu 6,2% no primeiro semestre, enquanto as médias e grandes, agrupadas no índice Mid Large Caps (MLCX), avançaram 0,2%. A diferença é ainda maior na comparação com o principal indicador da bolsa, o Ibovespa, que recuou 6% no período.

A explicação pode estar na composição do índice das pequenas, que está mais ligado à economia doméstica. Um exemplo do peso do mercado interno pode ser explicitado pelas seis maiores do índice, que juntas respondem por um quarto do SMLL: a fabricantes de softwares Totvs (TOTS3); a rede de laboratórios Dasa (DASA3); a construtora PDG (PDGR3); a rede de drogarias (RADL3); as faculdades Anhanguera (AEDU3) e a construtora MRV (MRVE3).

Em contraste, o índice MLCX está mais ligado ao desempenho das commodities e ao crescimento global. Apenas os papéis da Petrobras (PETR3; PETR4) e da Vale (VALE3; VALE5) respondem por mais de um quarto do índice. “Acreditamos que o prêmio para as small caps brasileiras é parcialmente explicado para a troca para ações orientadas pelo crescimento e economia doméstica”, explica o Credit Suisse em um relatório.

Os analistas Andrew T. Campbell, Daniel Federle e Andrei Sabah, ressaltam que a diferença vista hoje é um contraste em relação ao realizado durante a crise financeira de 2008 e 2009, quando as small caps negociaram a múltiplos similares ou ainda abaixo das maiores. “O prêmio abriu no segundo semestre de 2010 e se sustentou desde o início de 2011”, afirmam. Segundo eles, o fenômeno é único na América Latina.

Gráfico mostra o melhor desempenho das small caps (em vermelho)


O banco rebaixou a expectativa para o Ibovespa para o final de 2012 de 76 mil pontos para 71 mil pontos. A revisão buscou refletir as visões mais pessimistas para o setor bancário e o de petróleo e gás. “Apesar de o Brasil ter um maior potencial de valorização em nossos objetivos revisados, ainda recomendamos uma alocação abaixo da média para o Brasil até que o atual ciclo de rebaixamentos para o PIB e de lucro por ação para as empresas chegue ao final”, ressaltam.

Indicações

Em sua carteira de indicações para investimentos em ações para julho, o banco manteve a preferência às ações ligadas ao crescimento doméstico, mas alterou a composição da carteira. No setor financeiro, os analistas removeram os papéis do Banrisul (BRSR6) e aumentaram a participação das ações da Cetip (CTIP3).

Em serviços e infraestrutura, após uma forte alta no ano, o banco retirou a Multiplus (MPLU3) das sugestões e trouxe para o lugar a Santos Brasil (STBP11). As ações da Petrobras também perderam espaço na alocação e deram lugar a uma aposta maior em Vale. No varejo, as ações da Lojas Renner (LREN3) saem de cena para dar lugar aos papéis da distribuidora de combustíveis Ultrapar (UGPA3).

Além das alternativas acima, o Credit Suisse ainda indica as seguintes ações: Bradesco (BBDC4), Brasil Foods (BRFS3), Copel (CPLE6), Cielo (CIEL3), Gerdau (GGBR4), Marisa (AMAR3), Julio Simões (JSLG3), Telefônica Brasil (VIVT4), Souza Cruz (CRUZ3), Klabin (KLBN4), Even (EVEN3), Amil (AMIL3), Kroton (KROT11), Randon (RAPT4), Itaú Unibanco (ITUB4), BM&FBovespa (BVMF3) e BR Malls (BRML3).

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