Mercados

Para a Fitch, Brasil está em recessão técnica

Pelos cálculos da Fitch, o PIB da América Latina deve crescer 1,2% em 2014 e 2% em 2015


	Fitch: a agência prevê uma desaceleração no crescimento das economias emergentes
 (Brendan McDermid/Reuters)

Fitch: a agência prevê uma desaceleração no crescimento das economias emergentes (Brendan McDermid/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2014 às 15h05.

São Paulo - A agência de classificação de risco Fitch afirmou nesta terça-feira, 30, prever uma desaceleração no crescimento das economias emergentes de 4,7% em 2013 para 4,0% neste ano, antes de alguma recuperação em 2015 e 2016.

"O iminente aperto monetário nos Estados Unidos, as tensões geopolíticas e os menores preços das commodities apresentam riscos negativos", afirmou a Fitch em relatório.

Entre os países do grupo conhecido como BRICs, a Fitch avaliou que o Brasil está em recessão e que a Rússia está perto disso e comentou que espera que ambos tenham apenas uma recuperação limitada em 2015 e 2016, com desempenho abaixo da maioria das grandes economias avançadas no horizonte analisado.

A Fitch calcula que o Produto Interno Bruto (PIB) da China vai crescer 7,2% em 2014, 6,8% em 2015 e 6,5% em 2016, mas observou que o destaque entre os países do BRIC será a Índia.

"A Índia será o único país do BRIC onde o crescimento vai ganhar força em 2014 para 5,6% e se acelerar para 6,5% em 2015 e 2016, graças à esperada melhora no ambiente de negócios", afirmou a agência.

Crescimento global

Para a Fitch, a economia global deve se acelerar em 2015 e 2016, mas os riscos são negativos. A agência espera um avanço de 3% para o ano que vem e de 3,1% para 2016, ambos acima da previsão para este ano, de 2,6%.

As estimativas para 2014 e 2015 estão 0,1 ponto porcentual abaixo da projeção de junho. Para o PIB dos Estados Unidos, a Fitch prevê um crescimento de 2,2% em 2014, acelerando para 3,1% em 2015 e 3% em 2016. A melhora deve ser impulsionada por mais consumo das famílias e mais investimentos das empresas.

Para a zona do euro, a expectativa é de um avanço de 0,9% neste ano, seguido por um crescimento de 1,3% em 2015 e de 1,5% em 2016.

Na avaliação da agência, os altos níveis de desemprego devem persistir na zona do euro, permanecendo em quase 11% até 2016. O Reino Unido deve entrar em desaceleração. O PIB britânico deve crescer 3% em 2014, 2,5% em 2015 e 2,3% em 2016.

Em relação ao Japão, a economia deve manter um ritmo estável. Para o país asiático, a Fitch espera um avanço de 1,4% em 2014, 1,3% em 2015 e 2016.

América Latina

A economia da América Latina está sofrendo devido aos fortes laços que mantém com a China, um dos maiores consumidores de commodities do mundo e que atualmente vê sua atividade desacelerar, afirmou a agência.

Pelos cálculos da Fitch, o PIB da América Latina deve crescer 1,2% em 2014 e 2% em 2015. A agência ressalta que o Brasil está em recessão técnica e há a previsão de que a Venezuela siga o mesmo caminho neste ano.

A Argentina também corre esse risco, devido ao default anunciado recentemente. Já as economias do Chile e do Peru estão desacelerando rapidamente devido ao enfraquecimento do investimento e das exportações, enquanto o México mantém crescimento moderado.

Por outro lado, o ritmo de expansão da atividade na Colômbia está aumentando e as perspectivas para o México são positivas, já que o país deve tirar proveito da melhora na economia dos EUA.

Entretanto, a Fitch comenta que uma eventual alta nos juros dos EUA pode ampliar a volatilidade nos mercados e influenciar negativamente o fluxo de capitais para a região, embora os moderados déficits em conta corrente e as reservas externas fortificadas devem permitir uma transição mais suave para um cenário de menor liquidez global.

A maior parte dos países da região tem perspectiva estável para seus ratings, com exceção de Paraguai e Bolívia (perspectiva positiva) e El Salvador e Venezuela (perspectiva negativa).

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoEmpresasFitchMercado financeiroRating

Mais de Mercados

CVC sobe 7% na bolsa com poison pill e alta das ações domésticas

Em meio a pressão por boicotes, ação do Carrefour sobe 3,31%

O saldo final – e os vencedores – da temporada de balanços do 3º tri, segundo três análises

Warren Buffett doa US$ 1,1 bilhão em ações da Berkshire Hathaway: "Nunca quis criar uma dinastia"