Papel prefixado tem alta com especulação de Selic menor
As taxas das Notas do Tesouro Nacional série F com vencimento em 2021 caíram 67 pontos-base nos últimos 30 dias, a maior queda desde que foram emitidas em 2010
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2012 às 10h26.
São Paulo - Os títulos prefixados do Tesouro Nacional estão registrando alta recorde com a crescente aposta de que o Banco Central vai reduzir a taxa básica de juros nesta semana.
As taxas das Notas do Tesouro Nacional série F com vencimento em 2021 caíram 67 pontos-base nos últimos 30 dias, a maior queda desde que foram emitidas em fevereiro de 2010, para 10,79 por cento, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Os papéis tocaram a mínima histórica de 10,76 em 10 de abril. As taxas de papéis do México em pesos para 2022 tiveram redução de 25 pontos-base, ou 0,25 ponto percentual, no mesmo período, para 6,18 por cento.
Operadores estão prevendo que o Comitê de Política Monetária baixará a taxa básica em 75 pontos-base esta semana, para 9 por cento, depois que a maior economia da América Latina teve retração pelo segundo mês seguido em fevereiro e a inflação começou a desacelerar. Há sinais de desaquecimento econômico da China aos Estados Unidos. Também há indicações de que a crise da dívida europeia está piorando, o que impulsionou a especulação de que os países em desenvolvimento vão baixar suas taxas de juro.
“Tivemos uma inflação mais comportada em março e sinais de que a crise pode voltar no exterior, principalmente na Europa”, disse Ures Folchini, reponsável por renda fixa no Banco WestLB do Brasil SA, em entrevista por telefone de São Paulo. “Também tivemos a desaceleração da China e dados que não foram tão bem nos Estados Unidos.”
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro com vencimento em janeiro de 2014 desabou 50 pontos-base nos últimos 30 dias para 9,14 por cento, indicando que os operadores do mercado de juros futuros esperam que Tombini diminua o juro básico para 9 por cento amanhã. O Copom reduziu a Selic em 275 pontos-base desde agosto para 9,75 por cento.
O BC não quis fazer comentários, segundo nota enviada por e-mail.
Prêmio de risco
O prêmio exigido pelos investidores para deter títulos do governo brasileiro em dólares em vez de bônus do Tesouro americano subiu 2 pontos-base para 191, de acordo com o JPMorgan Chase & Co.
O custo para proteger a dívida brasileira de um eventual calote durante cinco anos aumentou 1 ponto-base ontem para 132, de acordo com a fornecedora de informações CMA, que é controlada pela CME Group Inc. e compila preços cotados junto a operadores no mercado de balcão. Os contratos pagam ao comprador o valor de face em troca do papel em questão ou o equivalente em dinheiro se um governo ou empresa deixar de cumprir seus contratos de dívida.
O dólar fechou ontem em alta de 0,5 por cento, para R$ 1,8473.
O Produto Interno Bruto da China, que é a maior parceira comercial do Brasil, se expandiu 8,1 por cento no primeiro trimestre, a menor alta desde meados de 2009. Relatório de 6 de abril mostrou que os empregadores nos Estados Unidos fizeram 120.000 contratações em março, alimentando especulações de que o crescimento na maior economia do mundo está mais lento.
Recuo da inflação
Os bônus da Espanha se depreciaram em meio a preocupações de que o país possa se tornar o quarto da Europa a precisar de resgate, após Grécia, Irlanda e Portugal.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central, que funciona como uma referência mensal para o PIB, caiu 0,23 por cento em fevereiro, após uma queda de 0,18 por cento em janeiro, de acordo com relatório divulgado ontem.
A inflação em 12 meses recuou de 5,85 por cento para 5,24 por cento, o menor resultado em 17 meses.
“Nos últimos três meses, a evolução da economia foi na direção de uma inflação menor”, disse Carlos Kawall, economista-chefe do Banco J. Safra SA em São Paulo, em entrevista por telefone. “A inflação surpreendeu para baixo em março e a atividade não está mostrando uma retomada exuberante.”
São Paulo - Os títulos prefixados do Tesouro Nacional estão registrando alta recorde com a crescente aposta de que o Banco Central vai reduzir a taxa básica de juros nesta semana.
As taxas das Notas do Tesouro Nacional série F com vencimento em 2021 caíram 67 pontos-base nos últimos 30 dias, a maior queda desde que foram emitidas em fevereiro de 2010, para 10,79 por cento, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Os papéis tocaram a mínima histórica de 10,76 em 10 de abril. As taxas de papéis do México em pesos para 2022 tiveram redução de 25 pontos-base, ou 0,25 ponto percentual, no mesmo período, para 6,18 por cento.
Operadores estão prevendo que o Comitê de Política Monetária baixará a taxa básica em 75 pontos-base esta semana, para 9 por cento, depois que a maior economia da América Latina teve retração pelo segundo mês seguido em fevereiro e a inflação começou a desacelerar. Há sinais de desaquecimento econômico da China aos Estados Unidos. Também há indicações de que a crise da dívida europeia está piorando, o que impulsionou a especulação de que os países em desenvolvimento vão baixar suas taxas de juro.
“Tivemos uma inflação mais comportada em março e sinais de que a crise pode voltar no exterior, principalmente na Europa”, disse Ures Folchini, reponsável por renda fixa no Banco WestLB do Brasil SA, em entrevista por telefone de São Paulo. “Também tivemos a desaceleração da China e dados que não foram tão bem nos Estados Unidos.”
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro com vencimento em janeiro de 2014 desabou 50 pontos-base nos últimos 30 dias para 9,14 por cento, indicando que os operadores do mercado de juros futuros esperam que Tombini diminua o juro básico para 9 por cento amanhã. O Copom reduziu a Selic em 275 pontos-base desde agosto para 9,75 por cento.
O BC não quis fazer comentários, segundo nota enviada por e-mail.
Prêmio de risco
O prêmio exigido pelos investidores para deter títulos do governo brasileiro em dólares em vez de bônus do Tesouro americano subiu 2 pontos-base para 191, de acordo com o JPMorgan Chase & Co.
O custo para proteger a dívida brasileira de um eventual calote durante cinco anos aumentou 1 ponto-base ontem para 132, de acordo com a fornecedora de informações CMA, que é controlada pela CME Group Inc. e compila preços cotados junto a operadores no mercado de balcão. Os contratos pagam ao comprador o valor de face em troca do papel em questão ou o equivalente em dinheiro se um governo ou empresa deixar de cumprir seus contratos de dívida.
O dólar fechou ontem em alta de 0,5 por cento, para R$ 1,8473.
O Produto Interno Bruto da China, que é a maior parceira comercial do Brasil, se expandiu 8,1 por cento no primeiro trimestre, a menor alta desde meados de 2009. Relatório de 6 de abril mostrou que os empregadores nos Estados Unidos fizeram 120.000 contratações em março, alimentando especulações de que o crescimento na maior economia do mundo está mais lento.
Recuo da inflação
Os bônus da Espanha se depreciaram em meio a preocupações de que o país possa se tornar o quarto da Europa a precisar de resgate, após Grécia, Irlanda e Portugal.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central, que funciona como uma referência mensal para o PIB, caiu 0,23 por cento em fevereiro, após uma queda de 0,18 por cento em janeiro, de acordo com relatório divulgado ontem.
A inflação em 12 meses recuou de 5,85 por cento para 5,24 por cento, o menor resultado em 17 meses.
“Nos últimos três meses, a evolução da economia foi na direção de uma inflação menor”, disse Carlos Kawall, economista-chefe do Banco J. Safra SA em São Paulo, em entrevista por telefone. “A inflação surpreendeu para baixo em março e a atividade não está mostrando uma retomada exuberante.”