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Papéis ligados à inflação superam prefixados pela 1ª vez

A preferência dos investidores por papéis ligados a índices de preços aumentou depois que a inflação dos últimos 12 meses chegou a 5,2%

Esse movimento ocorre em um contexto de maior tolerância do Banco Central com aumento de preços em busca de crescimento mais intenso da economia (Divulgação/Banco Central)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2012 às 07h14.

Brasília/São Paulo - Os títulos da dívida pública ligados a índices de preços foram, pela primeira vez, os mais negociados no mercado secundário. Esse movimento ocorre em um contexto de maior tolerância do Banco Central com aumento de preços em busca de crescimento mais intenso da economia.

Dados divulgados pelo Tesouro mostram que as negociações de NTN-B e NTN-C no mercado secundário em julho representaram 40 por cento do total, sendo que um ano antes eram 21,6 por cento. Os prefixados LTN e NTN-F ficaram em segundo lugar em julho, com 39,6 por cento do total. As taxas dos papéis ligados a índices de preços com vencimento em 2015 caíram 0,46 ponto percentual nos dois últimos meses. No mesmo período, os prefixados de prazo similar ficaram estáveis. O diferencial entre essas taxas, indicativo da expectativa de inflação dos investidores, saltou para 5,36 por cento em 14 de junho.

A preferência dos investidores por papéis ligados a índices de preços aumentou depois que a inflação dos últimos 12 meses chegou a 5,2 por cento, a maior marca em quatro meses. Além disso, os cortes na taxa básica de juros procuram reverter o menor crescimento entre os países em desenvolvimento. Essas condições reduziram a rentabilidade da LFT, papel ligado à taxa de juros Selic.

Desde agosto, a Selic foi reduzida para a mínima histórica de 8 por cento, corte de 4,5 pontos percentuais, o maior entre os países que integram o Grupo dos 20. Os contratos de juros futuros mostram que a Selic será reduzida para 7,5 por cento nesta semana.

“A demanda por títulos ligados a índice de preços revela que o mercado procura proteção contra a inflação”, disse Solange Srour, economista chefe do BNY Mellon Arx Investimentos, em entrevista por telefone, do Rio de Janeiro. “A procura por esse tipo de título é maior já que a Selic vem caindo e a expectativa de inflação sobe. As taxas ainda não são estáveis o suficiente para sustentar demanda por prefixados.”

Um representante do BC, que se recusou a ser identificado em obediência à política interna, se negou a comentar se a autoridade monetária vai tolerar a inflação acima do centro da meta enquanto se concentra no crescimento.

Essa maior negociação com títulos ligados a índices de preços ’’reflete a migração dos ativos ligados à Selic para papéis com maior rentabilidade´´, disse Fernando Garrido, coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro, em entrevista em 22 de agosto em Brasília.

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Dados divulgados pelo Tesouro mostram que as negociações de NTN-B e NTN-C no mercado secundário em julho representaram 40 por cento do total, sendo que um ano antes eram 21,6 por cento. Os prefixados LTN e NTN-F ficaram em segundo lugar em julho, com 39,6 por cento do total. As taxas dos papéis ligados a índices de preços com vencimento em 2015 caíram 0,46 ponto percentual nos dois últimos meses. No mesmo período, os prefixados de prazo similar ficaram estáveis. O diferencial entre essas taxas, indicativo da expectativa de inflação dos investidores, saltou para 5,36 por cento em 14 de junho.

A preferência dos investidores por papéis ligados a índices de preços aumentou depois que a inflação dos últimos 12 meses chegou a 5,2 por cento, a maior marca em quatro meses. Além disso, os cortes na taxa básica de juros procuram reverter o menor crescimento entre os países em desenvolvimento. Essas condições reduziram a rentabilidade da LFT, papel ligado à taxa de juros Selic.

Desde agosto, a Selic foi reduzida para a mínima histórica de 8 por cento, corte de 4,5 pontos percentuais, o maior entre os países que integram o Grupo dos 20. Os contratos de juros futuros mostram que a Selic será reduzida para 7,5 por cento nesta semana.

“A demanda por títulos ligados a índice de preços revela que o mercado procura proteção contra a inflação”, disse Solange Srour, economista chefe do BNY Mellon Arx Investimentos, em entrevista por telefone, do Rio de Janeiro. “A procura por esse tipo de título é maior já que a Selic vem caindo e a expectativa de inflação sobe. As taxas ainda não são estáveis o suficiente para sustentar demanda por prefixados.”

Um representante do BC, que se recusou a ser identificado em obediência à política interna, se negou a comentar se a autoridade monetária vai tolerar a inflação acima do centro da meta enquanto se concentra no crescimento.

Essa maior negociação com títulos ligados a índices de preços ’’reflete a migração dos ativos ligados à Selic para papéis com maior rentabilidade´´, disse Fernando Garrido, coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro, em entrevista em 22 de agosto em Brasília.

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