SÃO PAULO, 30 de setembro (Reuters) - Os ativos locais
subiram nesta quinta-feira, marcada por realização de lucros
nas principais bolsas de valores internacionais.

A maciça entrada de capitais ao Brasil finalmente derrubou
o dólar abaixo de 1,70 real, nível de fechamento não visto
desde setembro de 2008, antes da quebra do banco
norte-americano Lehman Brothers.

O movimento ganhou força diante da valorização do euro, que
caminhava para o melhor trimestre em oito anos frente ao
dólar.

Na pauta doméstica, o mercado monitorou a avaliação mais
"dovish" feita pelo BC sobre o quadro inflacionário doméstico.
Entendendo que os riscos de aumento de preços se tornaram menos
intensos, a autoridade monetária reduziu as projeções de
inflação para 2010 e 2011, mantendo o cenário para o Produto
Interno Bruto (PIB). [ID:nN30131430]

O mercado de juros futuros reagiu sem tendência definida
após a divulgação do documento, com a curva acentuando a
inclinação em reflexo ao leilão de títulos públicos prefixados
promovido pelo Tesouro Nacional.

A Bovespa se descolou de seus pares internacionais e
avançou à máxima desde abril, na cola da apreciação das
commodities, com o índice Reuters-Jeferries CRB
acumulando no terceiro trimestre salto de quase 11 por cento.

Lá fora, os mercados acionários voltaram a sofrer com
realização de lucros e cederam, apesar de relatórios apontando
melhora na atividade econômica nos Estados Unidos.
[ID:nN30288555] [ID:nN30131257].

No acumulado de julho a setembro, contudo, a safra de
indicadores positivos dos últimos meses levou os pregões
norte-americanos e europeus a fecharem o melhor trimestre em um
ano.

De volta à agenda interna, a confiança da indústria
brasileira aumentou 0,4 por cento em setembro ante agosto,
atingindo 113,4 pontos, segundo dados com ajuste sazonal
divulgados ela Fundação Getulio Vargas (FGV). [ID:nN30142243]

Veja como terminaram os principais mercados nesta
quinta-feira:

CÂMBIO

O dólar fechou a 1,692 real, em queda de 0,76 por cento em
relação ao fechamento anterior. A moeda acumulou baixa de 3,7
por cento em setembro.

BOVESPA

O Ibovespa subiu 0,29 por cento, a 69.429 pontos. O volume
financeiro na bolsa foi de 7,8 bilhões de reais. Em setembro, o
índice avançou 6,6 por cento.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros ganhou 1,71 por
cento, a 35.039 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,50 por cento ao ano no
call das 16h, ante 11,49 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3634 dólar, ante
1,3628 dólar no fechamento anterior nas operações
norte-americanas.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, recuava para 138,438 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,550 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil caía 34pontos, a 203 pontos-básicos. O EMBI+
cedia 3 pontos, a 276 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

O Dow Jones recuou 0,44 por cento, para 10.788
pontos. O termômetro de tecnologia Nasdaq caiu 0,33 por
cento, para 2.368 pontos. O S&P 500 teve desvalorização
de 0,31 por cento, para 1.141 pontos. Em setembro, o Dow subiu
7,7 por cento, o S&P avançou 8,8 por cento e o Nasdaq ganhou 12
por cento.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo com vencimento mais curto
subiu 2,11 dólares, ou 2,71 por cento, a 79,97 dólares por
barril. No mês, o primeiro contrato saltou 11,19 por cento.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, tinha leve queda, oferecendo rendimento
de 2,5116 por cento ante 2,501 por cento no fechamento
anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por José de Castro; Edição de Cesar Bianconi)