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Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2010 às 17h47.
SÃO PAULO, 22 de outubro (Reuters) - O conservadorismo
prevaleceu nas praças financeiras globais nesta sexta-feira,
com investidores divididos entre a expectativa pela reunião de
líderes do G20, balanços positivos nos Estados Unidos e algum
embolso de lucros.
A resistência de outras nações do G20 em apoiar a proposta
norte-americana de estabelecer limites para os desequilíbrios
externos endossou o ceticismo do mercado sobre o êxito das
negociações na Coreia do Sul, mantendo investidores na
defensiva [ID:nN2287945].
Os ativos domésticos demonstraram ainda menos força. O
dólar reverteu a trajetória de baixa ante o real vista no
começo dos negócios, na cola de mais sinais de que o governo
brasileiro pode intensficar os esforços para conter a
apreciação da moeda brasileira.
A fala do secretário do Tesouro, Arno Augustin, foi o fiel
da balança. Em entrevista à Agência Estado, Augustin disse que
as emissões externas em reais serão frequentes, de olho no
câmbio, e que o Fundo Soberano está pronto para comprar
dólares.
No exterior , a moeda norte-americana operava perto
da estabilidade, reflexo da prudência com as incertezas que
rondavam a reunião do G20 e também da falta de clareza quanto à
quantidade de estímulo que o Federal Reserve poderia dar à
economia dos EUA caso coloque em prática o "quantitative
easing".
O presidente do Fed da Filadélfia, Charles Plosser, disse
que há dentro do BC norte-americano diferentes visões do ritmo
de compras de títulos federais através de um eventual programa
de aquisições de bônus [ID:nN22207727].
A cautela com a cúpula do G20 também repercutiu nas bolsas
de valores em Nova York, embora alguns fortes resultados
corporativos tenham favorecido o Nasdaq e S&P 500.
A Bovespa conseguiu reduzir as perdas no fechamento, diante
do salto de quase 16 por cento nas ações da Brasil Ecodisel
, após notícia no Portal Exame de que a companhia se
fundiu com a Maeda Agroindustrial, criando uma das maiores
empresas agrícolas do mundo.
A pauta internacional como um todo foi fraca. Destaque para
o crescimento da confiança empresarial alemã neste mês ao pico
em três anos e meio [ID:nN22159430], o que patrocinou a
valorização dos preços do petróleo nos EUA.
Do lado doméstico, a escassez de notícias levou o mercado
de juros futuros a operar em cima de fatores técnicos, com
ajustes permitindo a redução na alta dos DIs no final da
tarde.
Veja como terminaram os principais mercados nesta
sexta-feira:
CÂMBIO
O dólar fechou a 1,709 real, em alta de 0,77 por cento em
relação ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa recuou 0,18 por cento, para 69.529 pontos. O
volume financeiro na bolsa foi de 6,21 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS
O índice dos principais ADRs brasileiros cedeu 0,48 por
cento, a 35.117 pontos.
JUROS
O DI janeiro de 2012 apontava 11,36 por cento ao ano no
call das 16h, ante 11,34 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3948 dólar, ante
1,3920 dólar no fechamento anterior nas operações
norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, subia para 140,063 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,174 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil recuava 4 pontos, a 182 pontos-básicos. O
EMBI+ tinha queda de 6 pontos, a 253 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones caiu 0,13 por cento, a 11.132
pontos, e o S&P 500 avançou 0,24 por cento, a 1.183
pontos. O Nasdaq Composite ganhou 0,80 por cento, aos
2.479 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo com vencimento mais curto
valorizou-se em 1,13 dólar, ou 1,4 por cento, a 81,69 dólares
por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, tinha leve queda, oferecendo rendimento
de 2,5596 por cento ante 2,542 por cento no fechamento
anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )
(Por José de Castro; Edição de Cesar Bianconi)