SÃO PAULO, 16 de dezembro (Reuters) - As praças financeiras
globais mostravam hesitação nesta quinta-feira, com
investidores ainda atentos aos problemas de dívida na Europa,
apesar de algum alívio por um dado positivo nos Estados
Unidos.

No Brasil, as atenções se voltavam para a ata da última
reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual o
Banco Central manteve a Selic em 10,75 por cento.

Para o BC, embora as incertezas no cenário externo e, em
menor escala, em âmbito doméstico não permitam um panorama
claro sobre os riscos inflacionários, "o balanço de riscos
atual se mostra menos favorável à concretização de um cenário
benigno, no qual a inflação seguiria consistente com a
trajetória de metas" [ID:nN16198828].

Na leitura do mercado, o documento não cravou uma alta da
Selic em janeiro, ainda que tenha alertado contra o aumento dos
preços. Nesse contexto, as projeções de juros na BM&FBovespa
operavam mistas.

Também na cena doméstica, o país gerou em novembro 138.247
empregos formais em novembro, a segunda melhor marca para o
mês, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged) [ID:nN16203491].

No ambiente internacional, o foco continuava nas tensões
envolvendo dívida soberana na Europa. Os agentes não viam com
bons olhos o forte aumento nos prêmios que a Espanha teve que
pagar em um leilão de títulos públicos, o que enfraquecia o
euro e as ações do continente .

Tal como a moeda única, o dólar operava praticamente
estável ante uma cesta de divisas , mas tinha ligeira
valorização contra o real.

No entanto, o mercado tinha algum suporte pela expectativa
sobre a reunião entre líderes europeus nesta quinta e
sexta-feiras. Espera-se que no encontro as autoridades discutam
meios de sanar a crise em países da perferia da zona do euro,
bem como mecanismos para evitar o espalhamento dos problemas a
outras nações.

Os players também repercutiam um dado indicando melhora nas
condições empresariais no Meio-Atlântico dos Estados Unidos. O
número oferecia algum alento aos principais índices acionários
em Nova York, mas era insuficiente para ditar alguma melhora no
Ibovespa, que sucumbia pressionado pela má performance do setor
de construção.

Veja a variação dos principais mercados nesta
quinta-feira:

CÂMBIO

O dólar era cotado a 1,705 real, em alta de 0,24 por cento
frente ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa recuava 0,55 por cento, para 67.499 pontos.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros perdia 0,09 por
cento, a 34.843 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,84 por cento ao ano, ante
11,87 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3192 dólar, ante
1,3211 dólar no fechamento anterior nas operações
norte-americanas.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, cedia a 134,125 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de x por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil subia 2 pontos, para 177 pontos-básicos. O
EMBI+ avançava 2 pontos, a 234 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

O índice Dow Jones declinava 0,05 por cento, a
11.451 pontos; o S&P 500 subia 0,09 por cento, a 1.236
pontos, e o Nasdaq avançava 0,19 por cento, a 2.622
pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
caía 0,56 dólar, a 88,06 dólares por barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, tinha ligeira queda, oferecendo
rendimento de 3,5458 por cento ante 3,538 por cento no
fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por José de Castro; Edição de Vanessa Stelzer)