Mercado de ações (Getty Images/Getty Images)
Tais Laporta
Publicado em 10 de outubro de 2019 às 17h22.
Última atualização em 10 de outubro de 2019 às 17h27.
As ofertas de ações por empresas brasileiras movimentaram R$ 57,6 bilhões no ano até setembro, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). O volume já é o terceiro maior da série histórica iniciada em 2002.
Ele só é menor que em 2007, quando a popularização dos IPOs (ofertas públicas iniciais) no Brasil contribuiu para que fossem movimentados R$ 75,5 bilhões no ano inteiro, e em 2010, quando uma operação da Petrobras de R$ 40,4 bilhões (desconsiderando o valor subscrito pelo governo e por entidades) colaborou em R$ 70,4 bilhões.
Em nove meses, o resultado supera em quatro vezes o volume do ano passado inteiro. Os follow-ons concentram a maior parte: R$ 53,1 bilhões a partir de 22 operações, enquanto os IPOs somam R$ 4,5 bilhões até setembro, em duas operações.
Com o aumento nas ofertas de ações, o total de emissões no mercado de capitais este ano também é o maior da série histórica da Anbima. As empresas brasileiras movimentaram R$ 335,1 bilhões (incluindo operações locais e internacionais) entre janeiro e setembro, o que representa avanço de 41% sobre o mesmo intervalo do ano passado.
Outro recorde registrado no período é dos fundos imobiliários, considerados híbridos de renda fixa e variável, que captaram R$ 23,1 bilhões, com alta de 107% em relação a nove meses de 2018.
Na renda fixa, todos os instrumentos apresentaram crescimento nos volumes na comparação ao ano passado. Destaque às debêntures, cujas ofertas seguem em alta: até setembro somam R$ 122,3 bilhões e, desse volume, R$ 16,9 bilhões são de papéis de infraestrutura.
Os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis de Agronegócio) também mostram desempenhos positivos, com captações de R$ 9,4 bilhões e de R$ 9,3 bilhões, respectivamente.
No mercado externo, as operações das companhias brasileiras somaram US$ 17,8 bilhões de janeiro a setembro, sendo US$ 16,6 bilhões em emissões de renda fixa e US$ 1,2 bilhão em renda variável. O total é 24% maior do que o registrado no mesmo período de 2018.