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No escuro? Veja como o HSBC enxerga as elétricas

Banco recomenda até a compra das geradoras após o forte tombo na bolsa

Medida Provisória que almeja reduzir energia em 20%, na média, foi mal recebida pelo mercado (Wilson Dias/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2012 às 17h50.

São Paulo – O investidor do setor elétrico está quase que literalmente no escuro. A incerteza gerada com a MP 579, que altera as regras para renovação das concessões, derrubou as ações do setor nos últimos meses. Várias empresas pediram a revisão dos termos e, até o dia 4 de dezembro, o governo deve anunciar quaisquer possíveis mudanças. Vale dizer que poucas alterações, se alguma houver, são esperadas.

O analista do HSBC Eduardo Gomide revisou as projeções para 8 empresas (9 ações) do setor e, após a forte queda dos papéis, conseguiu enxergar alguma luz pela frente e avalia a oportunidade de compra em 5 delas. “Mesmo considerando as quedas nos lucros que devem acompanhar o processo de renovação e vencimento, encontramos empresas atrativas no setor”, ressalta em relatório publicado na terça-feira.

Confira as projeções para cada uma delas a seguir:

1–Cesp(CESP6)

A estatal de energia do estado de São Paulo não deve aceitar os termos propostos pela MP, ressalta o analista. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) até se mostrou favorável sobre uma revisão da indenização proposta caso a empresa aceite as mudanças, mas ainda assim a expectativa é de que a companhia se mantenha como mais uma voz contrária ao projeto do governo Dilma Rousseff.

“Assumimos que a empresa reduzirá as despesas operacionais em 40% a partir de julho de 2015 (quando perderá 72% de sua capacidade assegurada). Além disso, consideramos uma indenização para ativos não depreciados de R$0,7 bilhão em julho de 2015”, estima Gomide. O analista aumentou a recomendação de neutra para alocação acima da média (overweight). O preço-alvo projetado é de 22,50 reais. O valor sugere um potencial de valorização de 32%¨.

2–Copel(CPLE6)

A empresa paranaense tem apenas 5% da energia de geração inclusa no processo de renovação e 93% das linhas de transmissão. O analista não espera a renovação das concessões sobre os termos atuais, mas assumiu em sua análise uma abordagem conservadora, segundo ele, e projetou uma baixa de ativos de 312 milhões de reais, com impacro sobre a distribuição de dividendos.


“Em termos de avaliação, esperamos um impacto negativo muito limitado de R$1,2/ação caso a Copel aceite os termos propostos pelo governo. A empresa tem 26% da energia assegurada com vencimento em 2023. Nesse sentido, consideramos que elas serão encerradas em suas datas de vencimento, como estabelecido nos contratos de concessão”, diz Gomide. O preço-alvo foi cortado de 51,50 reais para 34,50 reais. O potencial de alta estimado é de 28%. A recomendação é de alocação acima da média.

3–Energias do Brasil(ENBR3)

A empresa foi outra agraciada com a recomendação de alocação acima da média. O analista ressalta o início de operações da termelétrica de Pecém para 2013. A estrutura deve agregar 115 milhões de reais em geração de caixa ao ano.

“Além disso, a revisão tarifária da subsidiária de distribuição Bandeirante foi mais favorável que o esperado, contribuindo ainda mais para nossa perspectiva positiva sobre a ação”, diz. O preço-alvo é de 14 reais, o que representa um potencial de valorização de 13,5%.

4–Tractebel(TBLE3)

Apenas “ligeiramente” afetada, as ações da Tractebel também estão dentro do seleto grupo “overweight”. A preocupação com as renovações só deve acontecer em 2028, quando 40% da energia assegurada atingir o vencimento.

“Gostamos da Tractebel em função do aumento nos níveis observados de inflação, seu baixo grau de exposição ao atual processo de renovação de concessões e alavancagem aos preços do mercado spot (à vista)”, diz o analista.

O preço-alvo foi reduzido de 39,50 reais para 38,50 reais, mas ainda indica um potencial de valorização de 12%.

5- AES Tietê ( GETI4 )

Vista como um nome “bastante defensivo”, a AES Tietê também teve a sua recomendação elevada de neutra para acima da média. “Depois do recente enfraquecimento do preço, acreditamos que a ação pode apresentar uma valorização, com base em um dividend yield (dividendos em relação ao preço da ação esperado) estável de 12% até 2015”, explica Gomide.


Após 2015, a expectativa é de que os preços no mercado livre ainda garantam um fluxo de dividendos superior a 8% ao ano. O preço-alvo estimado é de 25,50 reais. O valor está em torno de 16% acima do negociado atualmente em bolsa.

6–Light(LIGT3)

Mais exposta ao processo de renovação das concessões, a Light teve a sua recomendação diminuída de acima da média para neutra. A empresa tem cinco concessões de geração com vencimento em julho de 2016 que, juntas, totalizam 93% da energia assegurada da empresa.

“Em segundo lugar, a revisão tarifária da divisão de distribuição da Light pode ter um resultado pior que o esperado, com impacto sobre a distribuição de dividendos, em nossa opinião”, ressalta. O preço-alvo foi cortado de 27,50 reais para 24 reais, o que representa um potencial de valorização de 5,4% e um retorno em dividendos de 5,5%.

7–Cemig(CMIG4)

A mineira é a única da análise do HSBC que até agora não declarou interesse em concordar com o processo de renovação das concessões em sua totalidade. “A empresa excluiu três grandes usinas hidrelétricas desse processo (41% de sua energia assegurada). O governo declarou sua intenção de leiloar novamente essas três usinas da Cemig Além disso, também estamos preocupados com a revisão tarifária marcada para abril de 2013”, diz o analista.

O preço-alvo foi cortado de 35 reais para 26 reais e a recomendação foi mantida em neutra. O upside projetado é de aproximadamente 5% e o retorno em dividendos de 6,7%.

8–Eletrobras(ELET3;ELET6 )

A estatal é a única da análise que está totalmente alinhada com o governo e queda nas projeções acompanha tal realidade. “Temos uma visão muito negativa a respeito da Eletrobras, pois o Conselho de Administração já recomendou a concordância com os termos da nova legislação em trâmite no Congresso”, ressalta Gomide.

Segundo os cálculos do banco, a aceitação irá resultar em um corte de 43% da receita consolidada de 2012 e uma geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de 700 milhões de reais em 2013. A recomendação foi rebaixada de neutra para abaixo da média.

O preço-alvo às ações preferenciais de classe B (ELET6) caiu de 27 reais para 5,7 reais e para as ordinárias de 18,30 reais para 5 reais. Não há perspectiva para distribuição de dividendos.

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São Paulo – O investidor do setor elétrico está quase que literalmente no escuro. A incerteza gerada com a MP 579, que altera as regras para renovação das concessões, derrubou as ações do setor nos últimos meses. Várias empresas pediram a revisão dos termos e, até o dia 4 de dezembro, o governo deve anunciar quaisquer possíveis mudanças. Vale dizer que poucas alterações, se alguma houver, são esperadas.

O analista do HSBC Eduardo Gomide revisou as projeções para 8 empresas (9 ações) do setor e, após a forte queda dos papéis, conseguiu enxergar alguma luz pela frente e avalia a oportunidade de compra em 5 delas. “Mesmo considerando as quedas nos lucros que devem acompanhar o processo de renovação e vencimento, encontramos empresas atrativas no setor”, ressalta em relatório publicado na terça-feira.

Confira as projeções para cada uma delas a seguir:

1–Cesp(CESP6)

A estatal de energia do estado de São Paulo não deve aceitar os termos propostos pela MP, ressalta o analista. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) até se mostrou favorável sobre uma revisão da indenização proposta caso a empresa aceite as mudanças, mas ainda assim a expectativa é de que a companhia se mantenha como mais uma voz contrária ao projeto do governo Dilma Rousseff.

“Assumimos que a empresa reduzirá as despesas operacionais em 40% a partir de julho de 2015 (quando perderá 72% de sua capacidade assegurada). Além disso, consideramos uma indenização para ativos não depreciados de R$0,7 bilhão em julho de 2015”, estima Gomide. O analista aumentou a recomendação de neutra para alocação acima da média (overweight). O preço-alvo projetado é de 22,50 reais. O valor sugere um potencial de valorização de 32%¨.

2–Copel(CPLE6)

A empresa paranaense tem apenas 5% da energia de geração inclusa no processo de renovação e 93% das linhas de transmissão. O analista não espera a renovação das concessões sobre os termos atuais, mas assumiu em sua análise uma abordagem conservadora, segundo ele, e projetou uma baixa de ativos de 312 milhões de reais, com impacro sobre a distribuição de dividendos.


“Em termos de avaliação, esperamos um impacto negativo muito limitado de R$1,2/ação caso a Copel aceite os termos propostos pelo governo. A empresa tem 26% da energia assegurada com vencimento em 2023. Nesse sentido, consideramos que elas serão encerradas em suas datas de vencimento, como estabelecido nos contratos de concessão”, diz Gomide. O preço-alvo foi cortado de 51,50 reais para 34,50 reais. O potencial de alta estimado é de 28%. A recomendação é de alocação acima da média.

3–Energias do Brasil(ENBR3)

A empresa foi outra agraciada com a recomendação de alocação acima da média. O analista ressalta o início de operações da termelétrica de Pecém para 2013. A estrutura deve agregar 115 milhões de reais em geração de caixa ao ano.

“Além disso, a revisão tarifária da subsidiária de distribuição Bandeirante foi mais favorável que o esperado, contribuindo ainda mais para nossa perspectiva positiva sobre a ação”, diz. O preço-alvo é de 14 reais, o que representa um potencial de valorização de 13,5%.

4–Tractebel(TBLE3)

Apenas “ligeiramente” afetada, as ações da Tractebel também estão dentro do seleto grupo “overweight”. A preocupação com as renovações só deve acontecer em 2028, quando 40% da energia assegurada atingir o vencimento.

“Gostamos da Tractebel em função do aumento nos níveis observados de inflação, seu baixo grau de exposição ao atual processo de renovação de concessões e alavancagem aos preços do mercado spot (à vista)”, diz o analista.

O preço-alvo foi reduzido de 39,50 reais para 38,50 reais, mas ainda indica um potencial de valorização de 12%.

5- AES Tietê ( GETI4 )

Vista como um nome “bastante defensivo”, a AES Tietê também teve a sua recomendação elevada de neutra para acima da média. “Depois do recente enfraquecimento do preço, acreditamos que a ação pode apresentar uma valorização, com base em um dividend yield (dividendos em relação ao preço da ação esperado) estável de 12% até 2015”, explica Gomide.


Após 2015, a expectativa é de que os preços no mercado livre ainda garantam um fluxo de dividendos superior a 8% ao ano. O preço-alvo estimado é de 25,50 reais. O valor está em torno de 16% acima do negociado atualmente em bolsa.

6–Light(LIGT3)

Mais exposta ao processo de renovação das concessões, a Light teve a sua recomendação diminuída de acima da média para neutra. A empresa tem cinco concessões de geração com vencimento em julho de 2016 que, juntas, totalizam 93% da energia assegurada da empresa.

“Em segundo lugar, a revisão tarifária da divisão de distribuição da Light pode ter um resultado pior que o esperado, com impacto sobre a distribuição de dividendos, em nossa opinião”, ressalta. O preço-alvo foi cortado de 27,50 reais para 24 reais, o que representa um potencial de valorização de 5,4% e um retorno em dividendos de 5,5%.

7–Cemig(CMIG4)

A mineira é a única da análise do HSBC que até agora não declarou interesse em concordar com o processo de renovação das concessões em sua totalidade. “A empresa excluiu três grandes usinas hidrelétricas desse processo (41% de sua energia assegurada). O governo declarou sua intenção de leiloar novamente essas três usinas da Cemig Além disso, também estamos preocupados com a revisão tarifária marcada para abril de 2013”, diz o analista.

O preço-alvo foi cortado de 35 reais para 26 reais e a recomendação foi mantida em neutra. O upside projetado é de aproximadamente 5% e o retorno em dividendos de 6,7%.

8–Eletrobras(ELET3;ELET6 )

A estatal é a única da análise que está totalmente alinhada com o governo e queda nas projeções acompanha tal realidade. “Temos uma visão muito negativa a respeito da Eletrobras, pois o Conselho de Administração já recomendou a concordância com os termos da nova legislação em trâmite no Congresso”, ressalta Gomide.

Segundo os cálculos do banco, a aceitação irá resultar em um corte de 43% da receita consolidada de 2012 e uma geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de 700 milhões de reais em 2013. A recomendação foi rebaixada de neutra para abaixo da média.

O preço-alvo às ações preferenciais de classe B (ELET6) caiu de 27 reais para 5,7 reais e para as ordinárias de 18,30 reais para 5 reais. Não há perspectiva para distribuição de dividendos.

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