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O que André Esteves pensa sobre seu IPO, bancos de investimentos e mais; escute

“Somos um banco de investimentos que investe. Esse é o tipo de animal que somos”, disse

BTG quer ser um campeão regional para brigar de igual com os grandes bancos (Germano Lüders/EXAME.com)

BTG quer ser um campeão regional para brigar de igual com os grandes bancos (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2012 às 21h04.

São Paulo – André Esteves está otimista com o Brasil, o seu setor e confiante no crescimento do seu banco de investimentos para a América Latina. Não é para menos. O CEO do BTG Pactual (BBTG11) conseguiu captar 3,6 bilhões de reais e convencer a cerca de 170 grandes investidores institucionais pelo mundo a comprar uma fatia do seu banco em um momento de grande instabilidade para os mercados financeiros internacionais.

“O Brasil precisa de agentes econômicos que apoiem o crescimento das suas companhias. E esse é o tipo de animal que nós somos. Somos um banco de investimentos que investe”, reforçou Esteves durante uma entrevista coletiva realizada após a cerimônia de início das negociações das units do banco na BM&FBovespa na manhã desta quinta-feira. Os papéis começaram o dia em alta e, na máxima do dia, chegaram a uma valorização de 4,2%.

O valor por certificado de depósito de ação ficou no meio do intervalo estimado na oferta, entre 28,75 e 33,75 reais. Foram vendidos 93,6 milhões de papéis na operação primária (2,925 bilhões de reais) e 23,4 milhões na secundária (731,250 milhões de reais). O IPO do BTG é o maior a ser realizado no Brasil desde a venda de units do Santander (SANB11). O banco levantou 13,2 bilhões de reais em outubro de 2009.

Segundo Esteves, a decisão de escolher o meio do intervalo de preços, apesar da forte demanda, foi tomada para demonstrar um sinal de agradecimento aos investidores. “Temos uma situação peculiar porque nossos investidores são clientes ou clientes potenciais. A mensagem dada com os critérios de precificação que foram usados foi essa. Mostramos para os clientes que não somos ambiciosos e esse foi um sinal de generosidade”, destacou.

Esteves respondeu, apesar de ainda em período de silêncio, onze perguntas de jornalistas sobre vários temas. Confira a íntegra do aúdio:

O Brasil ainda é a bola da vez?

Se fizemos algum IPO que ficou no piso [de preço], é bom lembrar que outros países nem conseguiram levar as suas empresas para o mercado de capitais. O Brasil, do ponto de vista relativo, está muito bem. Obviamente estamos em um contexto de muito desafio financeiro. O setor financeiro mundial está em uma enorme dificuldade e, ainda assim, conseguimos abrir o capital do maior banco de investimentos da América Latina com um enorme sucesso.

Próximos IPOs?

O IPO do BTG cria uma mobilização. Fizemos um extenso road show global e contamos a história do Brasil e da América Latina. E explicamos o porquê o Brasil e a América Latina, a despeito do mundo e da grande dificuldade global, estão relativamente protegidos e independentes disso tudo. Obviamente que isso tem um impacto positivo que não é só para nós, mas para todo o mercado brasileiro.


Desafios

O principal desafio é ter certeza que o Brasil vai continuar andando na direção da evolução institucional, com independência de poderes e irá manter a democracia capitalista que a nossa sociedade conquistou e que contribuiu para o início de uma transformação secular. A verdadeira transformação passa por uma geração, que é levar o país para a classe média. 

A precificação do IPO

Não foi uma surpresa [a demanda]. Até você ver as ordens entrarem há uma apreensão porque os últimos 30 dias foram desafiadores para o mercado. De uma certa maneira foi um enorme sinal de força da nossa franquia e de confiança no mercado de capitais brasileiro. Temos uma situação peculiar. Todos nossos investidores são clientes ou clientes potenciais. E ser construtivo com esses investidores é um sinal de agradecimento por toda confiança que eles nos deram. A mensagem com os critérios de precificação que foram usados foi essa. Mostramos para os clientes que não somos ambiciosos e esse foi um sinal de generosidade.

Bancos de investimentos

Não há um modelo único. Acho que em cinco a dez anos vamos ter poucos bancos globais fortes competindo de igual para igual com alguns campeões regionais. Eu acho que a gente pode ser um deles e estamos bem posicionados para isso. A principal transformação internacional [após a crise] foi uma maior rigidez na regulação bancária, que para nós é muito bem-vinda.

Panamericano

É mais uma unidade de negócios que foi uma boa oportunidade de aquisição no ano passado. Ainda estamos no processo de conserto que deve levar mais um tempinho. É uma companhia aberta com a sua própria lógica. É uma butique de crédito ao consumo que, a partir da aquisição da Brazilian Mortgages, terá um papel relevante no crédito imobiliário no Brasil. O financiamento desse tipo precisa crescer no país. Ainda temos apenas 5% do PIB, enquanto o Chile ou o México está em quase 20% e, nos EUA e na Europa, é mais de 100%.

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