Magali Leite, CEO da Espaçolaser (Espaçolaser/Divulgação)
Repórter
Publicado em 9 de maio de 2024 às 18h47.
Última atualização em 9 de maio de 2024 às 19h45.
A Espaçolaser (ESPA3) apresentou o balanço do primeiro trimestre nesta quinta-feira, 9. O lucro líquido do período foi de R$ 13,2 milhões, 21,3% mais alto na comparação anual. enquanto a receita líquida subiu 2,7% para R$ 274,8 milhões. O system-wide sales (que considera todas as vendas, incluindo em franqueadas) caiu 2,2% para R$ 398,2 milhões.
O balanço foi o primeiro a incluir a entrada dos R$ 750 milhões provenientes da terceira emissão de debênture, em fevereiro, que garantiu o alongamento da dívida de um prazo médio de 1,5 ano para 3,7 anos. O resultado também foi primeiro da nova CEO Magali Leite, que assumiu a empresa com as ações em queda de mais de 90% desde o IPO, em 2021. A Espaçolaser terminou o trimestre com uma dívida líquido de R$ 593 milhões, em 2,26 vezes o Ebitda.
"A Espaçolaser chegou a ficar mais alavancada do que o saudável. Precisávamos alongar a dívida preservando caixa. Então, trouxemos mais dois credores, além de manter o sindicato que já existia", conta Magali Leite em entrevista à Exame.
Com o alívio de caixa, Leite espera aumentar a velocidade de crescimento da Espaçolaser. A companhia terminou março com 854 lojas, sendo 796 no Brasil. "Nunca estivemos tão prontos para acelerar." No ano passado, foram 50 lojas abertas pela companhia, entre lojas próprias e franqueadas.
"Não damos guidance, mas vamos abrir bem mais lojas do que no ano passado. Estamos com um pipeline bastante robusto", diz Leite. O maior crescimento, afirmou, deverá se dar por meio de franquias, que hoje são minoria em relação ao número total de lojas. Nesse primeiro trimestre, a Espaçolaser abriu 9 novas franquias. "Temos um grupo de franqueados que já tem algumas lojas e que sempre buscam expandir suas carteiras."
A primeira grande mudança feita pela nova CEO foi na reestruturação de marca, com a apresentação de uma nova identidade visual, campanhas publicitárias e um novo aplicativo para os clientes. "Isso tende a aumentar a autonomia e a captação de clientes. Também reformaremos algumas lojas para adaptar a nossa estrutura a essa nova marca", conta a CEO.
Há alguma expectativa de que as mudanças também se traduzam em menores taxas de cancelamento, que têm sido um dos desafios para a operação da companhia nos últimos anos. Nesse primeiro trimestre, essa taxa foi de 10% da receita bruta — a menor em seis trimestres e 1 ponto percentual abaixo do trimestre anterior.
Da porta para dentro, a diretoria tem se empenhado desde 2023 na busca por redução de custo e eficiência operacional. Segundo a Espaçolaser, a otimização na gestão de colaboradores e renegociações de contratos de aluguel das lojas próprias tiveram contribuição significativa no aumento do Ebitda, que terminou o primeiro trimestre com alta anual de 14,7%, R$ 73,78 milhões. A margem Ebitda subiu 2,8 ponto percentual (p.p.) para 26,9%, o maior nível desde o primeiro trimestre de 2021.