Número de investidores na bolsa cresce 43% e se aproxima dos 4 milhões
Valor mediano de 1º investimento cai para 300 reais, o menor da história; maioria dos novos investidores têm entre 25 e 39 anos
Beatriz Quesada
Publicado em 11 de agosto de 2021 às 15h17.
Última atualização em 11 de agosto de 2021 às 16h50.
O número de investidores em renda variável, como ações e fundos de investimento imobiliário, mantém a trajetória de alta no Brasil. Dados divulgados pela B3 nesta quarta-feira, 11, mostram que 3,8 milhões de contas estavam cadastradas na bolsa em junho de 2021, frente a 2,2 milhões em 2019 – um aumento de 43%. O levantamento foi feito com base no banco de dados da bolsa.
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Quando considerados somente os números de CPFs cadastrados, a bolsa conta com 3,2 milhões de investidores no primeiro semestre do ano, contra 2,2 milhões no mesmo período do ano passado. Esse dado exclui os investidores institucionais e unifica o registro duplicado de investidores pessoa física que possuem contas em mais de uma corretora ou banco.
“Percebemos que os investidores têm ampliado a sua posição em mais de uma instituição financeira, buscando experiências de investimento diferentes. Por isso estamos passando a divulgar esses dados de forma separada”, explica Felipe Paiva, diretor de relacionamento com pessoas físicas da B3.
Perfil mais jovem e de aportes menores
O levantamento mostra ainda que os investidores estão entrando na bolsa mais jovens e com quantidades menores de dinheiro. Entre os que chegaram neste ano à bolsa, metade tem entre 25 a 39 anos. Além disso, a maioria dos novos entrantes começa com investimentos cada vez mais baixos. A mediana da primeira aplicação em bolsa dos novos investidores é de 352 reais – em 2020, o primeiro investimento mediano dos investidores era de 985 reais.
"Caiu por terra o mito de que o investidor precisa de muito dinheiro para investir. Ter um primeiro investimento na casa dos 300 reais é o menor valor já registrado na história da B3", afirma Paiva. O valor médio que os investidores têm na bolsa é de 10 mil reais. Para o diretor, isso mostra que o investidor está experimentando na bolsa, investindo um valor baixo em torno de 300 reais para em seguida construir patrimônio e se arriscar em novos aportes.
As mulheres continuam sendo apenas 30% das investidoras na bolsa, mesma porcentagem registrada em 2020. Os dados mostram, no entanto, que elas têm entrado na bolsa com valores mais altos. A mediana do primeiro investimento mensal feito por investidoras mulheres é de 481 reais, enquanto o feito por homens é de 303 reais.
Diversificação geográfica e de produtos
Em distribuição geográfica, o Sudeste do país continua a concentrar o maior número de investidores. Porém, as demais regiões têm apresentado maior aumento relativo na comparação entre 2018 e 2021. As regiões Norte e Nordeste, por exemplo, registraram, respectivamente, um crescimento de 575% e 486% no número de investidores nos últimos três anos.
A diversificação de produtos também tem avançado. Em 2016, 78% dos investidores aplicavam somente em ações. Em junho de 2021, esse número caiu para 50%. O número de investidores pessoas físicas que possuem mais de um ativo também aumentou. Em junho de 2021, 80% desses investidores investia em mais de um ticker -- em 2016 esse valor era de 41%
A ascensão dos BDRs e dos ETFs
O volume de investidores no mercado de ações cresceu 58% nos primeiros seis meses de 2021 frente à mesma janela do ano anterior, enquanto o total de investidores cresceu 56% no mercado de fundos imobiliários.
As maiores altas, no entanto, estão com os mercados de BDRs e ETFs. Os BDRs, liberados para pessoas físicas em outubro do ano passado, registraram um crescimento de quase 3.000% no número de investidores no primeiro semestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado. Já o mercado de ETFs registrou um aumento de 104% no número de investidores considerando a mesma janela.