Exame Logo

Novo estímulo na China, TSMC supera a expectativa e decisão de juros do BCE: o que move o mercado

Na agenda de indicadores, mercado acompanha os pedidos semanais de seguro-desemprego, além das vendas do varejo americano

Radar: balanço positivo da TSMC pode impulsionar Nvidia e, consequentemente, as bolsas de NY (I-Hwa Cheng/Getty Images)
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 17 de outubro de 2024 às 08h48.

Última atualização em 17 de outubro de 2024 às 08h50.

Os mercados internacionais operam mistos na manhã desta quinta-feira, 17.Na Ásia, as bolsas recuaram, após investidores se frustrarem com as medidas anunciadas pelo ministro da Habitação, ao considerarem elas limitadas. Nos Estados Unidos, os índices futuros avançam, impulsionados pelo otimismo com o balanço da TSMC. Na Europa, à espera da decisão de política monetária, as bolsas sobem.

Aumento de crédito imobiliário na China

Após ministro das Finanças, Lan Foan, anunciar, no último final de semana, a emissão de 2,3 trilhões de yuans (cerca de R$ 1,83 trilhão) em títulos de dívida pública ainda neste ano, com foco no apoio ao setor imobiliário, bancos e no aumento do consumo, foi a vez do ministro da Habitação, Ni Hong, revelar mais uma medida.

Veja também

Nesta quinta-feira, a autoridade anunciou um aumento no programa de crédito habitacional ‘lista branca’ para 4 trilhões de yuans (US$ 562 bilhões) até o fim do ano, cujo objetivo também é injetar liquidez e estabilizar o setor imobiliário.

A lista branca é um mecanismo pelo qual os municípios recomendam aos bancos projetos imobiliários que devem ser prioritariamente financiados. Segundo Hong, todos os projetos residenciais serão incluídos no programa para que possam receber o crédito.

Além disso, o governo também quer reformar 1 milhão de residências. "Há muitos riscos à segurança e ambientes habitacionais deficientes em áreas urbanas, e as pessoas estão ansiosas por renovação", explicou o ministro em coletiva.

As medidas fazem parte de um amplo pacote de estímulos que se iniciou em setembro com o objetivo de fomentar o consumo da China. O governo visa alcançar a meta de 5% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), fomentando a demanda no setor imobiliário que responde por um quarto do PIB.

Entretanto, o mercado parece não receber bem os novos estímulos. As bolsas asiáticas fecharam em sua maioria em baixa nesta quinta-feira. O Xangai Composto, principal índice da China, recuou 1,05%, encerrando a 3.169,38 pontos, enquanto o Shenzhen Composto caiu 0,56%, a 1.831,88 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng também registrou queda de 1,02%, fechando a 20.079,10 pontos, com forte pressão sobre as ações de incorporadoras.

Balanços

De olho na temporada de balanços, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (NYSE: TSM), maior fabricante de semicondutores do mundo, superou todas as expectativas de lucro e receita para o terceiro trimestre de 2024.

Segundo o balanço divulgado na quinta-feira, a companhia aumentou em 54% seu lucro líquido no período, para 325,3 bilhões de dólares taiwaneses (US$ 10,1 bilhões), superando uma estimativa da LSEG de US$ 300,2 bilhões de dólares taiwaneses.

A receita líquida chegou a US$ 23,5 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 36% ano a ano, com a margem bruta da TSMC subindo para 57,8% em julho a setembro, em comparação com 54,3% no mesmo período do ano passado.

Os fabricantes globais de chips continuam a se beneficiar da demanda impulsionada pela inteligência artificial. Durante a teleconferência de resultados, o presidente e CEO da TSMC, C.C. Wei, enfatizou que a demanda por IA é “real” e que a empresa experimentou o “crescimento mais profundo e amplo de qualquer empresa neste setor”, disse.

O otimismo com os números faz as ações da fabricante de semicondutores subirem 8,14% a US$ 202,75 no pré-mercado às 8h10, o que também reflete nas concorrências, com Nvidia (NASDAQ: NVDA) subindo quase 3% no mesmo horário. Se beneficiando do movimento, os índices futuros de NY também sobem.

Hoje, nos Estados Unidos, o destaque é para Netflix (NASDAQ: NFLX) que divulga seus números pós-mercado.

Decisão de juros no BCE

Na Europa, todas as atenções se voltam paraa decisão do Banco Central Europeu (BCE), prevista para sair às 9h15 (horário de Brasília).A expectativa é que a instituição reduza os juros em 25 pontos-base, levando para 3,25%.

Esse será o terceiro corte em 2024. Em junho, o BCE cortou também em 25 pontos-base a taxa de 4% para 3,75%. Em setembro, reduziu novamente em 25 pontos-base para 3,50%. Todas as reduções foram motivadas pela queda da inflação e pela desaceleração econômica na zona do euro.

Hoje, inclusive, houve a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro, quefechou o mês de setembro com alta de 1,7% em termos anuais, de acordo com o escritório de estatísticas da União Europeia, a Eurostat.

O número ficou abaixo da prévia do índice e do consenso LSEG, que previam um CPI de 1,8%. Essa taxa é a taxa mais baixa na região desde abril de 2021, quando a inflação europeia ficou em 1,6%. O dado de setembro também mostra uma desaceleração em relação a agosto, quando o índice fechou em 2,2%, além de ficar abaixo da meta de inflação de 2%.

Para além da decisão de juros, o mercado também acompanharáo discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde, às 9h45.

Agenda

Quinta-feira, 17 de outubro

Acompanhe tudo sobre:Balançosbolsas-de-valoresTSMCBCEChina

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Invest

Mais na Exame