Natura teve trimestre para esquecer, dizem analistas

São Paulo - A Natura teve resultados no segundo trimestre dignos de caírem no esquecimento, segundo analistas do BTG Pactual e do Citibank.

Os resultados “surpreendentemente fracos” levantam dúvidas sobre se esse será o pior trimestre da companhia em 2014 e impelem os analistas a recomendarem cautela com as ações da empresa.

Em relatório enviado a clientes, o analista do BTG Pactual, Fabio Monteiro afirma que os números da Natura foram impactados por vendas que desapontaram e ficaram abaixo das projeções, mesmo com as iniciativas da companhia em recuperar a produtividade de seu sistema de representantes de vendas.

Segundo os analistas Alexander Robarts e Marcelo Inoue, do Citibank, a Natura vem sofrendo para implantar novidades em sua rede de consultoras, principal canal de vendas da companhia.

Além disso, “as distrações por causa da Copa do Mundo podem ter impactado negativamente a produtividade das consultoras”, afirmam.

A Natura apresentou, no segundo trimestre, uma geração de caixa operacional – isto é, ligada exclusivamente à sua atividade principal – de R$ 352 milhões, 14% menor do que no mesmo período do ano passado e 17% abaixo da média das projeções do mercado.

O lucro líquido caiu 27% na comparação anual, impactado pela queda no resultado operacional. Tudo isso em um trimestre tipicamente bom para o setor em que a Natura atua, por conta de datas como o Dia das Mães e o Dia dos Namorados.

Segundo os analistas do BTG, o mercado para o segmento continua desafiador, com um cenário de crescente competitividade. “No atual estágio, não vemos alta para as ações, mesmo com o recente desempenho negativo”, afirma o relatório do banco.

O BTG tem recomendação “neutral”, ou de manutenção, para as ações ordinárias (ON, com voto) da Natura e preço justo estimado de R$ 52,00 para daqui a 12 meses.

O Citi também tem recomendação “neutral” para os papéis e estima um preço justo de R$ 42,00 para 12 meses.

No pregão de hoje, reagindo aos resultados, Natura ON tem queda de 4,99%, negociada a R$ 36,95. O Índice Bovespa sobe 0,83%, chegando a 57.898 pontos.