`Nada mal´, diz UBS sobre Vale, e alerta que os mercados erraram ao precificar os papéis
Segundo o banco suíço, a cotação atual da empresa oferece um excelente ponto de entrada, independentemente do cenário macro
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2010 às 10h20.
São Paulo - Ações atrativas mesmo em mercados incertos. Com essa avaliação em relatório divulgado nesta quarta-feira (9), o banco suíço UBS melhorou a recomendação dos papéis da Vale de "neutra" para "compra".
De acordo com o texto assinado pelos analistas Rene Kleyweg, Marcelo Zilberberg e Onno Rutten, o perfil de risco e retorno ajustado dos papéis começa a parecer atraente, mesmo com a queda de aproximadamente 10% em um ano dos ADRS (certificados que representam ações listadas no Brasil) da empresa na bolsa de Nova York, em comparação com a valorização de 23,5% no mesmo período na BM&FBovespa. "A jornada pode ser volátil, mas do ponto de vista fundamentalista, acreditamos que a cotação atual oferece um excelente ponto de entrada, independentemente do cenário macro", diz o documento.
Ainda no relatório, o preço-alvo dos ADRs foi reduzido de US$38,50 para US$32,00, já assumindo um aumento de 5% nos royalties (valor que uma empresa paga ao Estado ou município para a exploração de um recurso) da mineração brasileira a partir do terceiro trimestre de 2011, quando o novo marco regulatório para exploração de minérios, hoje em discussão, já deve estar em vigor.
No pregão desta quarta-feira, após a divulgação do posicionamento do banco, as ações da mineradora tiveram forte avanço, valorizadas em 3,45% por volta das 12h30. Na mesma hora, o Ibovespa operava em 0,70%.
Papéis defensivos
Para os analistas, os mercados erram ao enxergar a mineradora apenas como ação de alta volatilidade - sua principal vantagem, dizem, é a qualidade defensiva, estratégica no cenário atual. Essa estabilidade estaria diretamente ligada à segurança na curva de custos globais de minérios de ferro. A demanda teria que declinar entre 20% e 25% para os preços do minério de ferro caírem abaixo do preço de incentivo de longo prazo, de US$ 50. Mesmo no cenário mais pessimista, com impostos maiores e preço na base FOB (free on board, tipo de frete) de US$ 50, o potencial de queda é de menos de 5%. Nada mal", elogiam.