MRV (MRVE3): ações desabam 12% e lideram quedas do Ibovespa
Apenas no mês de janeiro, a construtora teve desvalorizaçao de quase 28%
Repórter de Invest
Publicado em 11 de janeiro de 2024 às 16h07.
Última atualização em 11 de janeiro de 2024 às 19h58.
As ações da MRV (MRVE3) amargaram uma forte queda no Ibovespa desta quinta-feira, 11, e caíram 11,78%. A queda de hoje representa a sexta da companhia neste ano, que totaliza apenas oito pregões.Apenas em janeiro, a construtora teve desvalorizaçao de 27,9%.
Sem qualquer fato relevante que justifique a queda nas ações da MRV, especialistas apontam que o mercado pode estar especulando que a companhia possa revisar o guidance de 2024 para baixo. "Além disso, a MRV divulga suas prévias operacionais hoje, e boa parte da queda deve ser especulação de que essa prévia deva vir bem abaixo do esperado", diz Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.
Por que a MRV (MRVE3) está caindo com a MP da reoneração?
Outro fato que pode estar fazendo os papéis MRVE3 caírem estárelacionado à MP da reoneração da folha de pagamentos. Isso porque o setor de construção está entre os que terão os tributos descontados a partir do dia 1° de abril.
Conforme consta na Medida Provisória 1.202, que foi publicada no Diário Oficial da União no dia 29 de dezembro, empresas como a MRV, entre outros segmentos, devem escolher entre recolher a contribuição previdenciária de 20% ou fazer o recolhimento sobre a parcela correspondente a um salário mínimo. Neste último caso, a alíquota será progressiva, começando em 15% neste ano até chegar em 2027 com 18,75%.
Essa mudança pode não apenas afetar os resultados da empresa como também as projeções do mercado. Em manifesto, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) destaca que a medida vai afetar o próprio governo, sobretudo com o Minha Casa, Minha Vida — lembrando que a MRV atua diretamente na construção das moradias desse programa.
“O próprio governo federal precisará pagar mais por obras habitacionais e de infraestrutura, contratadas dentro de programas como o Minha Casa, Minha Vida e o de Aceleração do Crescimento. Desequilíbrios econômico-financeiros dos contratos em vigor poderão levar à paralisação de obras e demissões”, diz o manifesto.