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MMX: ação cai forte e abre ponto de entrada, destacam analistas

Mercado estaria mais conservador do que o necessário com os preços do minério de ferro para o longo prazo

Indústria de mineração aposta em um preço de US$ 100 por cada tonelada (DIVULGAÇÃO/RIO TINTO)

Indústria de mineração aposta em um preço de US$ 100 por cada tonelada (DIVULGAÇÃO/RIO TINTO)

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Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2011 às 05h12.

São Paulo – As ações da MMX (MMXM3), mineradora do grupo EBX controlado pelo empresário bilionário Eike Batista, caiu muito este ano e nos últimos meses em relação ao Ibovespa – principal índice de ações da bolsa brasileira – e agora oferece um bom momento de entrada no papel, sugerem os analistas do Barclays e do Santander, em relatórios enviados recentemente. Os papéis recuaram 12% este ano, enquanto o Ibovespa caiu 4,28%.

O Santander alterou a recomendação das ações para cima, de underperform (abaixo da média do mercado) para buy (comprar). O preço-alvo para as ações ordinárias da MMX (MMXM3) passou de 7,85 dólares para 7,75 dólares (12 reais), refletindo o impacto da apreciação do câmbio brasileiro, segundo o banco. Já o Barclays não promoveu mudanças na recomendação (overweight, alocação acima da média) e nem no preço-alvo (R$ 16,50), mas considera que a correção “foi muito profunda”.

Os analistas do banco britânico explicam que, durante os últimos três meses, as ações da MMX ficaram abaixo da média do mercado em 28%. Em comparação à Vale, a queda é de 37% e diante das suas pares australianas, o recuo é de 49%. Além disso, eles lembram que a performance das ações da MMX sempre esteve fortemente correlacionada com o preço do minério de ferro no mercado à vista. No entanto, ultimamente a correlação está perdendo força.

Apesar disso, Leonardo Correa e Renato Antunes, que assinam a análise, concordam com o argumento de que a MMX deve seguir a perspectiva de longo prazo para os preços do minérios de ferro, mas alertam que os investidores estão muito conservadores com as projeções ao temerem a sustentabilidade do ciclo de alta das commodities.

Em conversas com as empresas do setor, o Barclays percebeu que a indústria trabalha com uma projeção de preço de 100 dólares por tonelada para o longo prazo, enquanto os investidores têm precificado 70 dólares.

Está aí o problema, argumentam os analistas. Os investidores não deveriam ser tão conservadores. Os cálculos do banco projetam que, caso a projeção dos investidores aumentasse em 10 dólares, por exemplo, o valor presente líquido por ação da MMX cresceria em 28%.

Projetos

Os analistas ressaltam ainda a importância dos novos projetos da MMX. O Santander vê um potencial de ganho nas ações da MMX por conta da consolidação do projeto Serra Azul, além de outros três: a expansão do Porto Sudeste (11% de valorização), o projeto de minério de ferro no Chile (8%), e a exploração da mina de Pau de Vinho (13%).

Juntos, os projetos podem adicionar até 3,80 reais no preço-alvo estabelecido, o que representa um potencial de alta de 32% nos papéis da companhia. Enquanto isso não ocorre, o Santander desconsiderou os projetos e não os precificou, já que todos estão em estágios iniciais de desenvolvimento e licenciamento.

“Enquanto nós reconhecemos as preocupações dos investidores (principalmente com a execução dos projetos, aumento do plano de investimentos e o potencial de reservas), acreditamos que a correção recente das ações chegou ao fim”, conclui o Barclays.

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