Minoritário da Rossi deve ficar ligado a detalhes de oferta
Acionistas podem perder 30% de poder com oferta; participação dos controladores está em xeque
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2012 às 19h25.
São Paulo – Os acionistas da Rossi Residencial ( RSID3 ) podem ter a sua participação na empresa diluída em 30% caso escolham não aderir à oferta de ações anunciada pela empresa na quarta-feira e que pretende arrecadar até 500 milhões de reais. A operação será feita com a emissão de papéis ao preço de 4,50 reais, que corresponde à média ponderada por volume dos últimos 60 pregões e mais um desconto de 11,3%.
As ações da construtora despencaram 16% em dois com as notícias sobre a emissão e terminaram a quarta-feira negociadas a 5,07 reais. “Segundo nossos cálculos, assumindo que os recursos serão usados apenas para reforçar o caixa da companhia e, portanto, não empregados de forma rentável, a diluição potencial para o acionista que não aderir é de 30%”, explica a Fator Corretora em um relatório. Além da perda de participação na companhia, outros pontos da oferta chamam a atenção do mercado.
Controladores
O comunicado enviado pela Rossi destaca que a empresa está em “tratativas com os acionistas controladores e potenciais investidores, objetivando garantir a subscrição do aumento de capital”. Ou seja, isso indica que os controladores não possuem recursos para garantir a compra de eventuais sobras da subscrição aos acionistas existentes ou que não têm interesse em aumentar a participação. Daí viria a participação dos tais “potenciais investidores”.
Uma notícia publicada pela agência de notícias DebtWire na terça-feira, a primeira a ventilar a oferta, ressalta que a “família está em conversas com um investidor internacional”. João Rossi Cuppoloni e a família detêm aproximadamente 36% das ações da empresa diretamente ou por meio de fundos e empresas.
“Na nossa visão este fato é forte indicativo que os controladores não veem a subscrição como uma aplicação rentável. Diferentemente das operações de aumento de capital de Brookfield e PDG, onde o grupo de acionistas melhor informado (no caso de Brookfield, o próprio controlador) deu suporte à companhia, o controlador da Rossi não parece disposto a fazê-lo com o mesmo ímpeto”, ressalta a Fator.