Minério desaba, covid na China, sinergia TIM-Oi e o que move o mercado
Bolsa de Xangai cai mais de 5% e tem pior pregão em mais de 2 anos, em meio a surto de coronavírus no país
Guilherme Guilherme
Publicado em 25 de abril de 2022 às 07h13.
Última atualização em 25 de abril de 2022 às 08h26.
As principais bolsas internacionais voltam a apresentar forte queda neste início de semana, com preocupações sobre o aperto monetário americano e os efeitos da explosão de covid-19 na China pressionando o sentimento de investidores. A bolsa de Xangai teve seu pior pregão desde fevereiro de 2020, desabando 5,13%, sob expectativas de novas restrições para conter a alta de casos.
Minério em queda
Temores sobre os impactos na economia chinesa pesaram nas negociações de minério de ferro, que despencou 9% em meio às incertezas sobre o nível da demanda. A desvalorização derruba as ações de mineradoras nesta sessão, sinalizando um pregão de duras perdas para o Ibovespa. A Vale (VALE3), com a maior posição no índice, cai mais de 4% no pré-mercado americano.
O pessimismo também recai sobre o petróleo brent, que recua mais de 4%, o que deve adicionar ainda mais pressão à bolsa brasileira. A Petrobras, com a segunda maior participação do Ibovespa, cai mais de 2% nos Estados Unidos.
A depreciação das commodities alivia parte das apostas de alta de juros mais dura nos Estados Unidos, mas não anula. O rendimento dos títulos americanos de 2 anos, que indicam as perspectivas de alta de juros no país, cai quase 4%, mas segue em nível elevado, a 2,611%, próximo do maior patamar desde o fim de 2018.
Veja a seguir o desempenho dos indicadores às 7h (de Brasília):
- Hang Seng (Hong Kong): -3,73%
- SSE Composite (Xangai): -5,13%
- Nikkei (Tóquio): -1,90%
- FTSE 100 (Londres): -2,14%
- DAX (Frankfurt): -1,66%
- CAC 40 (Paris): -2,36%
- S&P futuro (Nova York): -0,81%
- Nasdaq futuro (Nova York): -0,76%
- Petróleo Brent (Londres): -4,05% (para US$ 101,87)
Fuga para dólar
Investidores esperam que o Federal Reserve acelere a alta de juros na reunião de política monetária da semana que vem, aumentando a elevação de de 0,25 ponto percentual para 0,50. A maior intensidade do banco central americano alimenta as apostas em dólar frente às principais moedas do mundo.
O índice DXY, que mede a variação do dólar contra uma cesta de moedas desenvolvidas, como euro e o iene, está acima de 101 pontos, podendo superar o pico de março de 2020.
A moeda americana também se fortalece contra divisas emergentes, indicando um pregão de perdas para o real.
No radar corporativo, investidores continuam atentos à temporada de balanços do primeiro trimestre dos Estados Unidos, que terá o balanço da Coca-Cola como destaque do dia. No Brasil, onde a temporada ganha tração a partir de terça-feira, 26, o resultado mais aguardado da semana é o da Vale. A mineradora irá apresentar seu balanço na quarta-feira, 27, uma semana após ter decepcionado em prévia de produção e vendas do período.
Sinergias TIM-Oi
A TIM informou que espera conseguir entre R$ 16 bilhões e R$ 19 bilhões em sinergias comerciais e de infraestrutura com a aquisição de fatia da Oi Móvel. Segundo relatório entregue à CVM na noite de domingo, a aquisição é um "divisor de águas" para as operações da companhia. A aquisição, de acordo com a TIM, deve gerar crescimento de R$ 1,8 bilhão em receita líquida e de R$ 1,1 bilhão em Ebitda.